Neste sábado (9), o jornal Estado S.Paulo através de matéria intitulada “Retrocesso petista na Petrobrás” atacou o cancelamento de contratos para entregar áreas da empresa, também a reativação de outros setores e o fortalecimento do governo federal como principal acionista da estatal. A defesa da operação criminosa da Lava-jato demonstra qual seu real objetivo em quebrar a gigante petroleira brasileira e a crítica a presença de militares na gestão anterior busca disfarçar seu apoio a política de Bolsonaro.
Os retrocessos apresentados pela imprensa porta-voz dos interesses da burguesia seria o cancelamento de negociações para venda de dois polos terrestres com um total de 35 campos produtores e para participação do fundo Mubadala em campo marítimo na costa da Bahia. Também o cancelamento da venda de uma fábrica de fertilizantes ainda em construção no Mato Grosso do Sul, o retorno à atividade de distribuição de combustíveis abandonada desde a privatização da BR e a compra das ações da empresa Novonor (ex-Odebrecht) referente a Braskem que é maior petroquímica do Brasil.
Apesar de afirmar que Bolsonaro militarizou o comando da empresa nos quatros anos de governo na defesa de um maior controle dos acionistas privados que são majoritários neste momento, pode-se verificar claramente que não há oposição alguma à sua política ao defender a manutenção dos contratos de sua gestão na presidência. Há uma série de denúncias sobre a entrega de áreas da Petrobrás por valor muito abaixo do real durante o governo Bolsonaro inclusive da Refina Landulfo Alves (RLAM) na Bahia, que teve o nome alterado para Mataripe depois que o fundo árabe acima citado a abocanhou por um terço do que vale no mercado e que estariam envolvidos no escândalo das joias “presentadas” ao ex-presidente. É cinismo muito grande que serve somente para despistar os incautos sobre a política que defendem.
Em oposição ao que defendem os economistas sobre diversificação nas áreas de atuação das empresas, o jornal da burguesia também atacou o retorno nas atividades no setor de fertilizantes e de distribuição de combustíveis, bem como, sua expansão no setor petroquímico. Ao defender o respeito à lei que quebrou o monopólio do mercado em 1997, uma medida do governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso, querem dizer na verdade que esse enorme patrimônio do povo brasileiro tem que ser entregue aos capitalistas e de graça se possível.
Ainda que a operação da Lava-jato tenha sido declarada como maior erro jurídico da história do país, a mesma continua sendo utilizada para atacar a política que o governo Lula busca implementar na Petrobrás. O Estadão aponta que R$ 588 milhões teriam sido recuperados nos acordos de leniência e colaboração premiada (que foram declarados como ilegais), mas não diz nada sobre o acordo criminoso para entregar mais de R$ 3 bilhões para acionistas de Nova Iorque.
É importante destacar que nada foi mais prejudicial para a Petrobrás e para economia brasileira que a Lava-jato, o custo para o país foi de 4,4 milhões de empregos e 3,6 do PIB nacional segundo o DIEESE, em outras palavras, o Brasil deixou de arrecadar R$ 47,4 bilhões em impostos e reduziu a massa salarial em R$ 85,8 bilhões. Sobre o mais alto patamar da dívida da Petrobrás em 2015, não parece ter sido problema para os acionistas que recebem incríveis R$ 217 bilhões somente em 2022.
A matéria do jornalão direitista trata-se, portanto, da defesa de interesses privados principalmente estrangeiros e não da população do país. A Petrobrás precisa ser estatizada totalmente e ter o monopólio da exploração do petróleo brasileiro, seus recursos devem ser colocados à disposição da industrialização e desenvolvimento da economia.