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Foro de São Paulo

Esquerda nacionalista procura lutar contra o imperialismo

O jornal Estadão critica o Foro e Lula por defenderem as pautas típicas da esquerda

O Editorial do Estadão do último domingo, 25, intitulado “O Foro de SP nunca decepciona”, faz uma crítica pela direita as posições do 26.º encontro do Foro de São Paulo que ocorrerá em Brasília. Como esperado de um jornal tradicional da burguesia, suas críticas são baixas e aproveitam o ensejo para criticar o governo Lula. 

A primeira tese apresentada pelo Estadão é a necessidade do estado mínimo, em contraposição ao “mais estado e estatais” defendido pelo Foro. Para o jornal, a desregulamentação do Estado é o futuro. Para a esquerda, contudo, e para o povo, a desregulamentação do Estado é a pobreza. De fato, não é estranho que o neoliberalismo defenda as privatizações de empresas já consolidadas construídas pelos Estados, colocando na mão privada uma máquina de ganhar dinheiro da qual toda a população dos países depende. O sucateamento posterior dessas empresas leva a mais dificuldades para os trabalhadores. Por isso, é matéria da esquerda lutar contra as privatizações.

Outra tese que o Estadão defende é a do pêndulo politico. Contrapondo-se à tese da nova “onda cor de rosa” que colocou diversos governos de esquerda no poder da América Latina, o jornal coloca que, na realidade, o problema é que o povo cansa da direita para optar pela esquerda e, posteriormente, se cansa da esquerda e opta pela direita nas eleições, formando um verdadeiro pêndulo que oscila entre esquerda e direita no poder dos países. 

Contudo, é preciso dizer, que os países da América Latina não veem essa oscilação entre esquerda e direita como é colocado pelo Estadão. 

Alguns têm um governo de esquerda que perdura há anos, como a Nicarágua e a Venezuela, além de países como o Equador, no qual o Rafael Correia governou por cerca de quinze anos e só perdeu a sua continuidade pela traição à esquerda do seu sucessor, que virou de direita quando empossado. Além do Brasil, que teve 14 anos de governo PT, o qual só deixou de governar por força de um golpe de Estado imperialista. O Paraguai, por sua vez, é governado pela direita do Partido Colorado há setenta anos e a Colômbia  teve o seu primeiro governo de esquerda da história nas últimas eleições. A nova “onda cor de rosa” ocorreu após as populações serem submetidas a diversos governos golpistas oriundos dos golpes de estados que, no Brasil, derrubou a ex-presidenta Dilma Rousseff. 

Mais a frente no texto, o Estadão diz “Para eles, o inferno são os outros, mais exatamente os EUA. Abundam recriminações ao ‘imperialismo’, ao ‘colonialismo’, ao ‘neoliberalismo’, ao ‘grande capital”. De fato, o inferno é a dominação internacional do imperialismo e, principalmente, dos EUA sobre os povos oprimidos. Os países da América Latina são dominados historicamente pelo tacape dos Estados Unidos, que organiza golpes de Estado, cerceia a economia das nações e é responsável pelo bloqueio econômico contra Cuba e a Venezuela. Quer dizer, nada mais natural que o Foro de São Paulo, um grupo de partidos de esquerda moderada, se coloquem contra os desmandos do imperialismo. 

A crítica termina com a seguinte frase: “A América Latina precisa de uma esquerda oxigenada, com a democracia no coração, os pés firmes no presente e os olhos fixos no futuro. Mas não é o que se verá em Brasília. Os companheiros de Lula prosseguem a passos largos sua jornada ao passado, de braços bem abertos ao autoritarismo.”. Em primeiro lugar, o Estadão se coloca favorável ao ex-presidente uruguaio José Mujica e ao presidente chileno, Gabriel Boric, chamados por eles como a esquerda que “olha para o futuro”, por ser, de fato, alinhada as políticas do imperialismo. Mujica, entre os presidentes nacionalistas da América do Sul, foi o que levou adiante a política mais direitista em seu período. Já Boric é o representante sul-americano mais acabado de uma esquerda que defende todas as pautas do imperialismo e ataca sistematicamente os governos nacionalistas. Boric já é extremamente impopular, fato que possivelmente irá levar à eleição da direita no Chile no próximo pleito. Lula e os outros líderes políticos presentes no Foro de São Paulo, pelo contrário, voltaram a governar após um período de golpe que entrou em crise e levou a população a exigir um novo governo popular.  

Os governantes de esquerda moderada e nacionalistas perceberam, devido aos golpes de estado, a profundidade com que são atingidos pela política do imperialismo e agora que veem o imperialismo em crise prepararam-se para reagir. Naturalmente, a burguesia vai procurar vender a esquerda pró-imperialista como uma “esquerda do futuro”, no entanto, é preciso apoiar os governos nacionalistas em sua luta contra o imperialismo, ainda que ela seja limitada. Trata-se do melhor caminho para o desenvolvimento da consciência da classe operária.

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