Como parte do especial das 7 mil edições atingidas pelo Diário Causa Operária, realizamos uma entrevista exclusiva com o presidente nacional do Partido da Causa Operária e editor chefe do DCO, Rui Costa Pimenta.
DCO: Gostaria de saber sobre a importância do jornal operária, em especial o Diário Causa Operária para o PCO
RCP: A imprensa de um Partido revolucionário é um fator fundamental. O partido luta por um programa político e um dos trabalhos mais importantes é o trabalho de agitação e propaganda, que é mostrar diante dos fatos a validade desse programa, ou seja, um rumo a ser seguido. Do ponto de vista geral a imprensa é indispensável e é a coluna vertebral do Partido.
O Diário Causa Operária, ele é do ponto de vista dos partidos revolucionários, é uma novidade, pois até o aparecimento da internet apenas tínhamos a imprensa escrita, e o rádio e a televisão não são acessíveis para os partidos revolucionários de modo geral. A internet abriu mais possibilidades, apesar de existir problemas como o trabalho deliberado das redes sociais em diminuir nosso alcance. Mesmo assim, com o DCO conseguimos um publico muito mais amplo, o que nos permitiu criar um jornal diário, que do ponto de vista do jornal imprenso é um empreendimento muito caro.
DCO: E sobre as possibilidades que o PCO tem em se desenvolver com essa imprensa diária?
RCP: O Partido vem se desenvolvendo, não é algo automático você criar uma imprensa diária e ter um desenvolvimento, a outras coisas, como a qualidade, ou seja, é um processo longo formar um grande número de redatores e envolver a militância nesse trabalho, algo que fomos conseguindo aos poucos. Além da capacidade de elaboração política, há a parte técnica, onde você precisa apresentar um jornal como qualidade de jornal de fato. A medida que isso vai sendo realizado a imprensa tem um papel importantíssimo, temos 20 anos de jornal diário, onde mesmo o começo não tendo sido igual a hoje, criamos um público.
DCO: Para finalizar, o PCO é uma vanguarda nesse sentido, há o DCO, JCO, Dossiê, COTV, etc. O que o companheiro pensa sobre isso?
RCP: Primeiramente devemos colocar que somos o partido que está bem na dianteira desse trabalho. Nosso trabalho é bem mais organizado que partidos como o PT que não tem um jornal propriamente dito, PCdoB, PSOL, e outros partidos que tem muito dinheiro. Nós temos um jornal diário que só pode ser comparado com os jornais da burguesia, da grande imprensa. Eu creio que isso mostra que temos um papel de ponta mesmo. Não é uma coisa recente, nós fomos o primeiro jornal imprenso da esquerda a publicar um jornal colorido a quatro cores, publicamos inclusive antes de vários jornais da imprensa burguesa, isso no início dos anos 90. Naquele momento, apenas a Folha tinha publicado um jornal colorido. Nós fomos um dos primeiros no geral, mesmo com uma tiragem menor.
Também somos o único jornal diário de internet na esquerda, também tomamos a dianteira em relação a imprensa de vídeo, onde a COTV está bem a frente até mesmo de jornais da própria burguesia, apesar de terem muito mais dinheiro.
O fato de ser vanguarda decorre da preocupação de melhorar o acesso das nossas posições políticas a um número cada vez maior de pessoas. Fomos os primeiros a usar computadores na elaboração do jornal, em uma época onde a esquerda estava ainda com métodos mais rudimentares, com foto-copiadoras. Nós logo no começo usamos eles.
É algo bastante natural para o Partido essa preocupação com a imprensa e a comunicação de modo geral, é dai que vem o fato que somos o setor de ponta da esquerda nacional e até mesmo a setores da burguesia. Nós estamos procurando desenvolver agora uma rádio de internet e nós vamos adotar muitas outras iniciativas, estamos sempre procurando melhorar nosso trabalho de propaganda política.