Localizado no Chipre da África, a Eritreia é um país que recentemente conquistou sua independência, após a conturbada história dos países da região. Após guerra de 30 anos com a Etiópia, que havia anexado o que seria o país em 1962, a Eritreia finalmente conquista sua independência, em 1991. A independência será reconhecida pelo mundo em 1993. Contudo, o pequeno país, com cerca de 5 milhões de habitantes, trilhou um caminho inesperado pelas potências imperialistas que dominam a política africana. Tornou-se um país relativamente independente do imperialismo, autossuficiente.
Quando da independência, o novo estado africano negou a orientação dos EUA de privatização acelerada das empresas que existiam; paulatinamente a Eritreia foi se afastando cada vez mais dos ditames do imperialismo.
Em 1995, o país pediu que todas as agências estrangeiras e ONGs, exceto 6 que promoviam ajuda humanitária, deixassem o país, incluindo a Oxfam, segundo Isaias Afewerki, lider da Frente de Libertação do Povo Eritreu (EPLF) e que se tornou o primeiro e atual presidente do país, desde a independência:
“Não é que não precisemos do dinheiro, mas não queremos a dependência.” E ainda: “A ajuda subsidia, mas corrompe o governo e bloqueia soluções inovadoras para os problemas, para que as pessoas não busquem e usem seus próprios recursos”.
Em 2005, o governo, constituído de um partido único, nacionalizou as terras urbanas e rurais, garantindo, contudo, o direito de uso. No mesmo ano, já haviam parado de solicitar ou aceitar qualquer ajuda dos EUA, ou da União Europeia e duas instituições financeiras, em 2006 foi cortada totalmente a relação com ONGs que eram financiadas pelos EUA.
O caminho de autodeterminação da Eritreia desagradou profundamente o imperialismo, os EUA queriam que o país fosse um ponto de apoio importante na região, no entanto, tornou-se um dos países mais independentes em relação ao imperialismo do mundo. A campanha imperialista de calúnias contra o país não tardou, apelidado de Coreia do Norte da África, ditadura totalitária e mau exemplo para os países africanos pelo imperialismo que realiza uma campanha sistemática contra.
A campanha se desenvolveu em sanções econômicas vindas dos EUA e da União Europeia que atingem duramente a economia do país. Ainda o imperialismo procura isolar dos demais países africanos o exemplo eritreu. Lideres africanos que procuraram caminho parecido, inspirados pela Eritreia, foram muitas vezes derrubados por movimentos políticos financiados pelo imperialismo. Alpha Conde, da Guiné, visitou a Eritreia em fevereiro de 2019 em maio de 2021. Ele foi derrubado quatro meses depois, em setembro de 2021, dente muitos outros.
A Eritreia se abre agora para relações com a Rússia e a China, o presidente Isaias Afewerki esteve no final de maio na China para uma viagem oficial de 4 dias, ainda em junho deverá visitar pelo mesmo período a Rússia, onde se encontrará com o presidente russo. Os exemplos de países que se opõem ao imperialismo é particularmente importante, no momento que o mesmo está enfraquecido, mostrando aos países atrasados que é possível se livrar agora do julgo imperialista.
