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Países oprimidos

Erdogan, Lukashenko e Putin levantam a voz contra os EUA

A situação sai cada vez mais do controle do imperialismo. Erdogan, Lukashenko e, de maneira muito mais acentuada, Putin levantam a voz contra os Estados Unidos

No último final de semana, Erdogan foi reeleito presidente da Turquia. Seu adversário, Kilicdaroglu, é um representante da política do imperialismo no país, algo que torna a vitória de Erdogan um fato ainda mais importante para a luta dos oprimidos não só turcos, mas do mundo inteiro.

Finalmente, apesar de ser representante da direita turca, Erdogan demonstra um alinhamento cada vez mais intenso com os países oprimidos e, sobretudo, com a Rússia, se afastando da política do imperialismo americano. Não é à toa que os EUA fizeram uma campanha muito pesada contra o presidente reeleito, não só propagandeando de maneira demagógica o seu adversário como defensor da “democracia”, como também caracterizando Erdogan como um ditador sanguinário inimigo do povo.

De maneira mais geral, a vitória de Erdogan é ainda mais um acontecimento que demonstra o tamanho da crise do imperialismo na prática. Afinal, ele está perdendo o controle da situação política em mais uma região vital do planeta – a Turquia é o país que possui o segundo maior exército de toda a OTAN, atrás apenas dos Estados Unidos.

Ainda, trata-se de uma crise dentro da própria OTAN, pois a Turquia, sendo membro do bloco, possui poder de veto, algo que tende a ser utilizado por Erdogan de maneira cada vez mais desalinhada com os interesses dos Estados Unidos. Algo que deve ser um problema em breve com o ingresso da Suécia no bloco militar.

Não muito longe da Turquia, Lukashenko, presidente da Bielorrússia, também demonstra usa predisposição a enfrentar a ditadura mundial do imperialismo. Nessa semana, o mandatário afirmou que haverá “armas nucleares para todos” os países que quiserem se juntar ao Estado da União (acordo assinado em 1999 entre a Rússia e a Bielorrússia que estabelece uma ampla aliança entre os países) com a Rússia.

“Ninguém é contra o Cazaquistão e outros países que tenham as mesmas relações estreitas que temos com a Federação Russa”, declarou Lukashenko em entrevista transmitida pelo canal estatal Rússia 1 no domingo (28). “Se alguém está preocupado, é muito simples: junte-se ao Estado da União de Belarus e Rússia. Haverá armas nucleares para todos”, completou.

O que Lukashenko deixa claro com a sua colocação é que, se um país decidir se aliar com a Rússia, ele estará protegido, desafiando, assim, o poderio militar dos Estados Unidos.

Isso demonstra que a dominação imperialista só funciona com base na força. Ninguém é aliado dos EUA por uma questão de afinidade, afinal, a relação das grandes potências com os países atrasados é de espoliação, não é uma aliança de fato. É uma relação de medo, e o que Lukashenko afirma é que ninguém mais precisa ter medo do imperialismo, pois a Bielorrússia, junto com a Rússia, o enfrentarão militarmente caso necessário.

O Egito é um exemplo disso. Caso ele decida tomar decididamente o lado da Rússia e da China, o imperialismo não poderá fazer nada, pois esses países estariam garantindo uma proteção maior ao Egito.

Nesse sentido, essa colocação de Lukashenko pode ser o que faltava para acender todo o barril de pólvora da região. A fala dele é direcionada para os países pequenos tanto do leste europeu quanto da Ásia Central. Até porque a Turquia é um país extremamente militarizado, como foi dito acima, o Irã tem um programa nucelar próprio já bem desenvolvido, a Arábia Saudita manda no petróleo no mundo todo. Enfim, eles têm como enfrentar o imperialismo. Lukashenko se dirige aos países menores, mais indefesos, comprando a briga por eles.

Não é à toa que o presidente da Bielorrússia cita, nominalmente, o Cazaquistão, país aliado que, no começo de 2022, sofreu uma tentativa de golpe imperialista. Tentativa que foi, inclusive, derrotada com ajuda do governo e das tropas de Lukashenko.

Os países do leste europeu, da Ásia Central e do Oriente Médio estão se rebelando cada vez mais contra o imperialismo. Estão se aliando à política internacional da Rússia e da China, os grandes representantes do bloco dos países oprimidos, e estão partindo para uma posição que desafia cada vez mais a ordem mundial.

Esse é o significado mais profundo da fala de Lukashenko e da vitória de Erdogan na Turquia. Os países oprimidos estão sentindo que podem bater de frente com a ditadura mundial imperialista.

Podemos citar vários outros exemplos apenas nos últimos anos: o Irã está se aproximando cada vez mais da Rússia, e já deixou claro que pretende desenvolver o seu sistema de armamento nuclear de maneira intensa; a Arábia Saudita, além de se aproximar do Irã, também se aproxima muito da Rússia, uma guinada importantíssima na região; o povo palestino se insurge de maneira cada vez mais agressiva contra as forças fascistas de Israel; no Afeganistão, o Talibã expulsou as tropas americanas do país, uma das maiores derrotas dos EUA do século; no Paquistão, Imran Khan mobiliza cada vez mais as massas e, por isso, está sendo inclusive caçado pelo imperialismo.

Enfim, a crise é generalizada. A situação sai cada vez mais do controle do imperialismo. Erdogan, Lukashenko e, de maneira muito mais acentuada, Putin levantam a voz contra os Estados Unidos e passam a representar problemas cada vez maiores à política imperialista na Europa, na Ásia e no Oriente Médio.

Caso a situação continue dessa maneria, que é, justamente, a tendência, poderão ocorrer confrontos cada vez mais diretos entre os países oprimidos e os países imperialistas que, buscando manter o seu poder, farão de tudo para esmagar os trabalhadores de todo o mundo. Algo que está sendo colocado cada vez mais em xeque pela aliança dos países atrasados, como é o caso da Turquia, da Bielorrússia e da Rússia, mas também da China, do Irã, do Brasil e mais.

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