Representantes da Federação Internacional da Cruz Vermelha e Crescente Vermelha (IFRC, na sigla em inglês) na Líbia informam que milhares estão mortos e cerca de 10 mil estariam desaparecidos devido às enchentes que castigam o país. A cidade litorânea de Derna, no nordeste do país, é uma das localidades mais castigadas, tendo duas barragens e quatro pontes destruídas pela enchente, que submergiu praticamente todo o município, lar de 100 mil habitantes. Mais de 1 mil pessoas morreram apenas na cidade.
Destruída pelo imperialismo desde o assassinato do antigo líder, Muammar Gaddafi, a Líbia vive um caos político e social desde 2011, quando a OTAN invadiu o país e matou o antigo presidente. Desde então, a nação encontra-se destroçada, com um governo pró-imperialista na capital, Trípoli, e grupos ligados a Gaddafi e por fim, forças jihadistas, apoiadas pelo Estado Islâmico disputando o controle do país.
Essa disputa acentua o drama dos líbios, dado a dificuldade em se transitar pelo território de uma nação submetida a tamanha divisão provocada pela guerra civil. Em entrevista à rede britânica BBC, o jornalista local Abdulkader Assad informa que “não há equipes de resgate treinadas na Líbia. Tudo nos últimos 12 anos girou em torno da guerra” (“Enchentes na Líbia: 10 mil estão desaparecidos, segundo agências humanitárias”, BBC News Brasil, 12/9/2023).