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Análise Internacional

Em evento na COTV, convidados debatem Rússia e guerra na Ucrânia

A última edição da Análise Internacional teve diversos convidados especiais para fazer o pré-lançamento do livro "O povo esquecido", de Eduardo Vasco

Na última segunda-feira (27), ocorreu uma edição especial do tradicional programa Análise Internacional, transmitido todas as semanas no canal oficial de Youtube do Diário Causa Operária. O programa, além de discutir o aniversário da guerra na Ucrânia também estabeleceu o pré-lançamento do livro O povo esquecido, escrito pelo jornalista deste Diário, Eduardo Vasco.

Para esse evento, foram convidados diversos companheiros que têm se debruçado sobre a questão da Ucrânia e outros temas internacionais neste último período: o Comandante Robinson Farinazzo, do canal Arte da Guerra, e já tradicional participante da Análise Internacional; o professor Lejeune Mirhan, participante de programa em diversos canais, entre eles a 247 TV, em que procura analisar acontecimentos internacionais e outros temas; José Reinaldo, responsável pelas análises políticas internacionais do jornal Brasil 247; Rogério Anitablian, outro analista de temas internacionais e frequente participante do programa, além de Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária; João Pimenta, membro da direção nacional do PCO e Eduardo Vasco, o próprio autor do livro.

O livro O povo esquecido tem como objetivo demonstrar, através de relatos das experiências de Eduardo Vasco e Rafael Dantas, como a guerra está afetando a população do Donbass, região que vem sendo atacada pelo regime ucraniano desde o golpe de estado de 2014, que ocorreu na Ucrânia com apoio do imperialismo. Essa população sofreu com essa repressão violentíssima e os companheiros foram olhar de perto sua situação durante sua viagem à Rússia no último ano.

Em face do lançamento do livro e do aniversário de 1 ano do conflito, os convidados procuraram estabelecer alguns fatos e opiniões a respeito da situação na Ucrânia. Primeiramente, procurando estabelecer quais seriam os motivos para a operação militar russa na Ucrânia.

Foi colocado que a principal razão é que a pressão sobre a Rússia por parte do imperialismo vinha crescendo muito ao longo dos anos e a operação militar já não era mais uma questão moral ou até estratégica para os russos, mas sim uma questão da própria sobrevivência da Rússia enquanto país. Após a colocação de tropas da OTAN em todos os países que fazem fronteira com a Rússia, a ameaça de integrar a Ucrânia à OTAN torna urgente que os russos se defendam do perigo iminente.

A questão da OTAN é de fundamental importância nesse quadro. Fundada em 1949, a Orgânização do Tratado do Atlântico Norte foi uma organização dos principais países imperialistas para exercer um controle militar sobre todos os países que pudessem representar algum tipo de perigo ou ameaça para sua dominação. Apesar de declarar que se trata de uma organização com fins defensivos, a OTAN nunca realizou nenhuma guerra defensiva. Haja visto, no último período, o conflito contra a Líbia ou contra o Afeganistão, que se estendeu por 20 anos e onerou trilhões de dólares dos cofres dos EUA e aliados.

Fica estabelecido pelas colocações dos participantes do programa que o conflito não é entre Rússia e Ucrânia, mas é uma guerra por procuração do imperialismo contra a Rússia, conforme colocação feita pelo próprio Wall Street Journal.

O principal motivo do conflito é o enfraquecimento do imperialismo nos últimos 40 anos. Um dos episódios que marca isso é a própria queda da União Soviética, que marca um momento em que passa a haver grande dificuldade de equilíbrio na situação política mundial.

A partir daí, o imperialismo tenta devastar completamente a Rússia, através de uma virulenta política neoliberal, mas não consegue. O país sobrevive à rapina dos banqueiros e, a partir de um determinado momento, o imperialismo passa a fazer aproximações militares sucessivas contra a Rússia, que culminam com a tentativa de integrar a Ucrânia à OTAN. O imperialismo acreditava que não haveria reação por parte dos russos contra isso, mas estavam enganados.

Como o imperialismo é uma ditadura mundial, que precisa submeter todos os países aos seus interesses, ele não consegue conviver com a existência de países como Rússia e China. Portanto, neste conflito atual, o imperialismo entrou num jogo de “tudo ou nada”, o que significa que, se não for imposta uma derrota militar à Rússia, a dominação imperialista sobre o planeta ficará seriamente comprometida.

Outra questão colocada pelos convidados são as consequências do conflito para os países imperialistas, particularmente os europeus. Primeiramente, foi estabelecido que os principais responsáveis pelo conflito são os Estados Unidos. Neste momento, o conflito e as sanções contra a Rússia vêm comprometendo a própria unidade política do bloco da União Europeia.

Nesse sentido, é possível ver claramente que a população dos países da União Europeia se vê muito prejudicada por toda essa situação. Além disso, é evidente que os EUA se utilizam do conflito para submeter a seus interesses a economia dos países da Europa. A própria Alemanha, principal país do continente, está sendo profundamente prejudicada por não poder mais se utilizar da energia barata que era fornecida a ela pela Rússia para impulsionar sua produção industrial.

Dentro dos EUA, também há uma divisão entre importantes setores da burguesia. O ex-presidente Donald Trump e o bilionário Elon Musk já se posicionaram contra a guerra. Apesar de Donald Trump estar identificado com um setor secundário da burguesia, o mesmo não ocorre com Elon Musk, que representa um de seus setores mais importantes.

É por causa dessa divisão que se vê, em todos os países, manifestações pela paz levadas adiante pela população. O apoio à guerra tem diminuído, segundo pesquisas feitas recentemente.

Diversos acontecimentos relativos ao conflito indicam uma profunda crise e uma rebelião de todos os países contra o domínio imperialista. Depois da última votação da ONU, que condenou a “invasão” russa, mais de 30 países ligaram para o governo russo e relataram que foram ameaçados pelos EUA a votarem de acordo com sua posição.

Esse debate histórico ainda abordou muitos temas interessantes, tanto relativos ao conflito, mas também ao livro (que pode ser adquirido através da página opovoesquecido.dco.org.br). Para acompanha-lo em sua integridade, pode acessar pelo vídeo abaixo:

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