No dia 05 de fevereiro de 2023 ocorreram as eleições locais no Equador, para eleger os membros do Conselho de Participação Cidadã e Controle Social, uma entidade autônoma que tem a função de exercer transparência e controle social sobre a República do Equador.
Na mesma data, tiveram lugar também as eleições para o “referendo constitucional” proposto pelo atual presidente, o banqueiro Guillermo Lasso, em 2022. Dito referendo era composto de oito perguntas, todas de caráter antipopular, repressivo e/ou pró-imperialista.
As eleições foram marcadas por violência, em face instabilidade política e social pela qual passa o país. No sábado, dia 04/02/2023, o candidato Omar Menéndez, de 41 anos de idade, foi assassinado na província de Manabí.
Há notícias também de que outros cinco candidatos também foram assassinados, havendo ataques a outros doze, incluindo membros de suas famílias.
Esta escalada na situação aponta para o fechamento do regime político equatoriano, o qual é uma decorrência direta da incapacidade do banqueiro Guillermo Lasso de lidar com a crise social que assola a nação latino-americana.
Não faz mal lembrarmos que banqueiro lacaio do Imperialismo foi eleito numa manobra com apoio da esquerda identitária contra o nacionalismo de Rafael Correa (ainda exilado) e seus apoiadores.
Conforme bem relatado pelo Diário da Causa Operária, o Imperialismo utilizou-se da esquerda identitária e de sua demagogia para com os indígenas, para lanças o candidato Yaku Perez como candidato à Presidência da República, no ano de 2021. Yaku Perez seria um candidato da esquerda “pura”, uma alternativa à “esquerda corrupta” de Rafael Correa.
Na realidade, Yaku Perez era um lacaio do Imperialismo, assim como a esquerda identitária, uma manobra para retirar votos do candidato representante do nacionalismo burguês, Andrés Arauz, aliado de Rafael Correa, o qual ainda se encontra exilado.
Para maiores detalhes sobre a manobra, releia a matéria:
Voltando ao tema das eleições ocorridas no dia 05 de fevereiro de 2023, a direita saiu derrotada, tanto no que diz respeito às eleições para os membros do Conselho de Participação Cidadã e Controle Social quando à votação para o “referendo constitucional”.
Em relação a este último, os votantes rechaçaram por mais de 50% as oito perguntas que constituíam o mesmo, as quais deveriam modificar a Constituição de 2008, promulgada quando do governo de Rafael Correa.
Contudo, mesmo que derrotada nas urnas, a direita equatoriana conserva importantes bases de poder. O correísmo, por outro lado, ainda que vitorioso, não pode almejar ao governo por si só. No meio do caminho, há um grande número de movimentos e partidos com os quais deverá negociar para alcançar maioria. Na medida em que a situação política e social se deteriore e direita sabote o caminho em direção à restauração democrática, mais amplas deverão ser as alianças que serão impostas à Revolução Cidadã, como condição para governar o país. O futuro próximo do Equador dependerá, em grande parte, da unidade do movimento popular e da prudência de seu líder, Rafael Correa.