Após fala do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que teve uma gigantesca repercussão nos meios de comunicação de uma forma geral, o tucano Eduardo Leite, que está a frente do Rio Grande Sul, apoiou e disse ser a favor de uma frente Sul-Sudeste proposta pelo Zema. O mesmo Leite a quem setores da esquerda apoiaram com a tese de que seria melhor que o bolsonarismo.
Ao comentar a formação da frente, Romeu Zema falou sobre o “protagonismo econômico e político” do Sul e Sudeste. Disse, ainda, que o Brasil funciona como um “produtor rural que começa só a dar um tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito”, referindo-se aos estados nordestinos.
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, Zema falou sobre a criação do Consórcio Sul-Sudeste (Cossud) para fazer frente aos estados do Nordeste. A princípio ficaria sob a liderança do governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD). Até mesmo Bolsonaro, que é um lixo humano, criticou de forma indireta a insanidade proposta pelo governador de Minas, “minha filha é neta de cearense e São Paulo é a cidade que mais tem nordestino no Brasil”.
Perceba que aquele é o considerado como não civilizado – o ex-presidente, que de fato não é – se sentiu acanhado diante da fala do governador mineiro. Já o que é considerado civilizado pela imprensa golpista, e por setores da esquerda, Eduardo Leite, sentiu liberdade em conclamar e defender o que disse Zema. Isso mostra que de civilizado o tucano não tem nada, muito pelo contrário.
Isso é bom para mostrar e lembrar que o PT nas últimas eleições chamou voto no estado gaúcho em Eduardo Leite, pois segundo algumas de suas lideranças ele seria o mal menor, contra a candidatura de Onix Lorenzoni. É o papel ridículo ao qual a carreirista burocracia petista submete boa parte dos seus militantes, com alianças com direitistas piores que os bolsonaristas, que teria inclusive vergonha de tal afirmação.
Portanto é sempre bom deixar claro, que entre a direita e extrema direita, não existe mal menor, ou civilizado contra “não civilizado”, quando se trata de atacar a população e destruir os direitos dos trabalhadores. É bom lembrar também a campanha identitária que a imprensa fez em torno de Eduardo Leite, e todo o vitimismo que foi utilizado durante a campanha para angariar votos dos incautos.