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Crise em Harvard

É proibido ter opinião contra Israel

Aparentemente, no que afirma a imprensa burguesa, a maior democracia do mundo não permite nem mesmo o seu próprio povo o direito a se expressar.

A ação do Hamas no último sábado (7) contra o Estado de Israel gerou uma enorme repercussão mundial. Em todo o mundo, árabes e demais apoiadores da causa palestina como um todo, contra o genocídio promovido por Israel, lançaram-se em uma forte campanha contra o Estado sionista.

No entanto, o “democrático” imperialismo respondeu à altura com uma dura campanha de censura e perseguição política a todos que se colocassem contra os nazistas de Israel. A mais recente polêmica encontra-se na mais famosa universidade norte-americana, Harvard, onde alunos pró-Palestina denunciam Israel como a verdadeira responsável pela guerra na região.

Como forma de divulgação, 34 grupos assinaram uma carta em apoio à Palestina e contra Israel, gerando uma rápida reação do imperialismo. No intuito de censurar e perseguir os estudantes, empresários exigem da universidade os nomes dos alunos para boicotá-los no mercado de trabalho.

A crise rapidamente se espalhou, o ex-presidente da universidade e também ex-membro do governo de Bill Clinton afirmou que ficou “enojado” com o “fracasso” de Harvard em condenar os “ataques terroristas”.

Em meio à pressão, a universidade lançou uma nota onde ataca o Hamas, mas não cita os estudantes, o que não satisfaz o imperialismo. Em resposta, novas pressões foram feitas com o intuito de censurar e perseguir os estudantes por uma opinião política.

Segundo informe da própria imprensa burguesa, a Liga Anti-Difamação, ONG judaica internacional sediada nos Estados Unidos, denunciou que um “segmento estridente” de estudantes e professores “com opiniões anti-Israel e antissionistas” tem aumentado no último período, revelando o aumento da impopularidade de Israel mesmo dentro dos Estados Unidos, o maior financiador do sionismo.

Alguns estudantes de Berkeley defenderam abertamente o apoio aos ataques terroristas do Hamas e o reitor da Faculdade de Direito afirmou que eles têm o direito de expressar a sua opinião.

Sobre a situação, o reitor da faculdade de direito, Erwin Chemerinsky, foi obrigado a responder que “por mais que deteste aqueles que defendem o que o Hamas fez, também apoio o direito à liberdade de expressão para o fazer (…) É uma situação muito difícil. As emoções estão elevadas”.

Em outro local, na Universidade de Nova York (NYU), crise semelhante se repetiu, onde o reitor da Faculdade de Direito, Troy McKenzie, emitiu um comunicado afirmando que a mensagem do presidente da Ordem dos Advogados Estudantis, que culpou também Israel pela guerra, não representaria a posição da NYU sobre o conflito.

Bill Ackman escreveu nas redes sociais uma exigência para a universidade divulgasse o nome dos estudantes, o que obrigou o reitor a se pronunciar contra e afirmar que isso seria uma política macarthista.

A crise gerada demonstra o enfraquecimento da política do imperialismo mundialmente. A tentativa de voltar com o macarthismo nos Estados Unidos, promover a censura e a perseguição de estudantes por discordar da opinião do imperialismo, revela este problema.

Aparentemente, no que afirma a imprensa burguesa, a maior democracia do mundo não permite nem mesmo o seu próprio povo o direito a se expressar.

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