Nesta sexta-feira, 5, foi publicado no Diário Oficial da União um despacho presidencial que restabelece a política de valorização do salário mínimo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já enviou ao Congresso Nacional um projeto para que os reajustes anuais no salário tenham como base a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) durante os doze meses anteriores, incluindo taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) referente ao ano anterior. Mesmo que o PIB seja negativo, o aumento será conforme a inflação do período.
Acontce que essa política de valorização do salário mínimo com base na inflação e medida pelo INPC, emborarepresente algum avanço, ainda é muito tímida e insuficiente para arcar com gastos básicos do povo brasileiro, diante da inflação desenfreada e assaltos realizados pelos banqueiros, que mantêm uma taxa de juro de 13,75 ao ano e abocanha como parasita metade do orçamento federal.
A cesta básica no Brasil, por exemplo, segundo dados fornecidos pela plataforma Picodi, consome 37,8% do salário mínimo. Já a cesta básica em países desenvolvidos custa entre 6,5% e 7,4% do salário vigente.O brasileiro tem muitas dificuldades para viver com um salário mínimo, que está abaixo de 51 outros países em poder de compra, numa lista com 67, o que dá uma ideia do quanto nosso salário é uma miséria! Temos um dos piores salários da América Latina, mesmo sendo a economia mais importante de toda a região.
Além de gastar muito com a cesta básica, o brasileiro tem também um grande custo com aluguéis, visto que muitos cidadãos ainda não têm casa própria. O custo médio dos contratos, segundo pesquisa feita em 25 cidades, é de R$36,65 o metro quadrado. Um modesto apartamento de apenas 50 metros quadrados custa em média R$1.832,00, mais do que um salário. O brasileiro precisa fazer extensa pesquisa para poder alugar um imóvel que consiga pagar.
O transporte público também vem abocanhando muito do salário mínimo. Segundo pesquisa realizada pela plataforma Online Cuponation, o transporte público compromete 15% da renda do cidadão.
Diante desses dados e do pequeno aumento do salário mínimo dado pelo governo federal, é preciso pressionar o governo para que ele compre essa briga com os parasitas do País e adeque o salário mínimo às reais necessidades do povo brasileiro. O salário deveria estar no mínimo em R$6 mil – de maneira emergencial, seria preciso, no mínimo, dobrá-lo.
A direita já começa a sabotar o presidente Lula. Em São Paulo, por exemplo, o governador bolsonarista Tarcísio Freitas já faz demagogia em torno disso e anuncia um valor de R$ 1.500,00, uma atitude para fazer com que o povo compare o salário em São Paulo com o anunciado por Lula, de R$1.320, ambos insuficientes, apesar do aumento maior anunciado pelo governador bolsonarista.
É preciso enfrentar a direita, a extrema-direita e os grandes capitalistas com uma ampla mobilização.