A montadora de automóveis Stellantis, mais uma vez, está demitindo seus trabalhadores pelo país, desta vez foi em Porto Real, na cidade do Rio de Janeiro. No Paraná ela fechou as portas.
A fábrica resolveu encerrar o segundo turno da produção das marcas francesas da Peugeot e Citroën e colocar mais de 340 trabalhadores no olho da rua.
Segundo o sítio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), de segunda-feira (27), a montadora apontou a necessidade de adaptar a produção após a queda dos pedidos de mercados do exterior. Fechada no feriado de Carnaval, a fábrica, que também produz motores, vai retomar as atividades no dia 6 de março com toda a produção concentrada em um turno de capacidade ampliada.
Com isso, a Stellantis informa que vai encerrar contratos temporários em Porto Real. Em outubro, na retomada do segundo turno, foram contratados 340 trabalhadores. O objetivo era acelerar a produção da nova geração do Citroën C3, o primeiro dos três lançamentos previstos para o mercado brasileiro e países vizinhos até 2024.
Onde tem fumaça…
A montadora dos veículos da marca Peugeot e Citroën teve que vir a público para “desmentir”, em nota, o que ela chama de fake news, de que circulou no WhatsApp, de que a fábrica de Porto Real seria fechada, com a transferência da produção para a unidade do grupo em Betim (MG), de onde saem os carros da Fiat. “Não é uma informação verdadeira. Trata-se de uma clara fake news”, declara a Stellantis, classificando a unidade no sul do Rio de Janeiro como um ativo importante e estratégico. No entanto, no Paraná a justificativa das demissões era de que a produção de motores será realizada pela fábrica localizada em Minas Gerais.
O efeito dominó
Mentira ou não, o que a Stellantis está fazendo é deixar qualquer trabalhador muito apreensivo, pois, no início de dezembro a fábrica de motores já havia demitido 210 trabalhadores. Naquele período foram os trabalhadores do Paraná, ou seja, a fábrica de localizada em Campo Largo, cidade do Paraná que estava naquele local a mais de 23 anos e que, a partir de 2008 era controlada pela Fiat e, hoje, com a fusão da Fiat com a Citroën, Peugeot, Chrysler e Jeep, o novo grupo é quem a controlava.
As montadoras do País estão enxugando seus quadros de funcionários, deixando milhares de trabalhadores e seus familiares numa situação bastante desesperadora, a exemplo do que ocorreu em 2021 com a Ford e várias outras empresas, inclusive de alimentos e serviços. Em dezembro de 2022 a Mercedes Benz demitiu cerca de 2 mil trabalhadores, já neste ano a Volkswagen anunciou férias coletivas para três das quatro fábricas no Brasil,
Não às demissões
É preciso que o movimento sindical fique atento às atitudes perversas das multinacionais automobilísticas quanto aos brutais ataques a seus funcionários.
Os patrões vêm se aproveitando da paralisia das direções dos sindicatos para, novamente, desferir mais um brutal ataque contra os trabalhadores.
É preciso mobilizar imediatamente os trabalhadores para barrar as demissões dos metalúrgicos da Stellantis, com o apoio da fábrica de Betim, ocupando suas instalações até que sejam revertidas as demissões.
É preciso também lutar pela proibição das demissões, pela divisão das horas de trabalho necessárias entre os empregados, reduzindo a jornada, sem reduzir os salários, dentre outras medidas emergenciais.
Para impulsionar essa luta é preciso criar em todo o País Comitês de Luta contra o desemprego, reunindo trabalhadores demitidos e empregados.





