Em fevereiro de 2021, o governo de Jair Bolsonaro aprovou um dos mais profundos ataques à soberania da economia nacional ao transformar o Banco Central brasileiro em autônomo. Agora, nas mãos dos banqueiros e controlado diretamente pelos interesses do imperialismo, o Banco Central tornou-se um entrave para o governo de Luís Inácio Lula da Silva prosseguir com seus planos de reformas sociais.
Levando este problema em conta, o presidente Lula afirmou em entrevista à RedeTV! que irá “esperar esse cidadão terminar o mandato” e mudar a situação de independência do Banco Central.
O presidente declarou nessa quinta-feira, 2, que pretende rever a autonomia, assim que Roberto Campos Neto sair da presidência da instituição. Sobre este assunto, Lula pontuou:
“Quero saber do que serviu a independência. Eu vou esperar esse cidadão (Campos Neto) terminar o mandato dele para a gente fazer uma avaliação do que significou o Banco Central independente”, disse Lula em entrevista.
O problema central para Lula está em suas críticas a taxa de juros ligadas diretamente as decisões tomadas pelo Banco Central. Como uma organização independente do governo e controlada pelos banqueiros, o BC ameaça as reformas sociais e o aumento salarial com o aumento das taxas de juros para toda a população.
De maneira com que o Banco Central possa atuar de maneira contrária ao próprio governo eleito, sabotando sua política econômica.
Atualmente, o BC é comandado por presidente e diretores com mandato de quatro anos que não coincidem com os do presidente da República, dessa forma, o presidente eleito é obrigado a conviver com as medidas monetárias feitas pelo governo anterior durante pelo menos dois anos. Ou seja, o presidente do Banco Central de Bolsonaro, Campos Neto, ficará no cargo até dezembro de 2024, dois anos depois do início do governo Lula.
A ação tomada pelo regime golpista foi feita justamente para garantir que, independente do governo eleito, a política econômica do golpe pudesse ser sustentada de alguma maneira. O Banco Central é peça fundamental para qualquer mudança econômica importante na política brasileira, e sua manutenção como entidade independente tem como única função mantê-lo atrelado ao capital financeiro, aos bancos privados e ao imperialismo.
Rever a autonomia do BC é algo extremamente necessário para que a política econômica e social de Lula se concretize. Garantir aumento real do salário, bolsa família, redução dos impostos para os mais pobres e desenvolvimento econômico do País, por meio da reindustrialização, só será possível caso o Banco Central volte a estar sob o controle do Estado brasileiro e do governo Lula.
As críticas que Lula vem fazendo a esta situação do Banco Central revelam esta compreensão por parte do presidente. Lula sabe que o BC é um empecilho a sua política econômica e que Campos Neto fará de tudo para sabotar seu governo. É necessário aproveitar as críticas levantadas por Lula e realizar uma forte campanha contra o Banco Central independente. Um verdadeiro ataque à população brasileira e um dos pilares da política golpista no País.