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Lei geral do Esporte

E a “homofobia nos estádios” vira pretexto para calar as torcidas

Nós avisamos, a esquerda histérica não quis ouvir

Em 2019, ou seja, cerca de quatro anos atrás, a revista Fórum, que depois ficou mais insistente em caluniar o PCO, dava a seguinte manchete: “PCO chama homofobia nos estádios de ‘liberdade de expressão’ e gera revolta nas redes”.

A tal “revolta nas redes” nem precisamos explicar que era de pseudo-esquerdistas identitários atacados pela histeria gerada pela propaganda da burguesia. Muitos deles diziam, como afirmam hoje, que o PCO era “homofóbico” por apresentar a tese de que tal “homofobia nos estádios” seria um pretexto para perseguir, calar e aumentar a repressão contra as torcidas”.

Sobre a manchete da Fórum, vale um comentário de como o jornalismo que se apresenta como “progressista” consegue ser mais canalha do que um órgão bolsonarista. É como se o PCO chamasse de liberdade de expressão uma pessoa que agrediu um homossexual, ou algo assim. Mas deixemos o jornalismo de esgoto da Fórum de lado, vamos aos argumentos.

Grosso modo, o PCO, em toda a sua imprensa, vem falando insistentemente, desde pelo menos essa época, que a ideia de punir uma torcida por falar qualquer coisa – nesse caso a alegação moral era a tal “homofobia” – era: 1) censura; um ataque à liberdade de expressão. Como sempre e como tem acontecido agora com uma intensidade muito maior um belo pretexto moral seria usado para censurar todo mundo; 2) uma brecha para reprimir ainda mais as torcidas organizadas e os torcedores em geral que já sofrem constantemente com a repressão policial.

Pois bem, já retomaremos alguns argumentos que os esquerdistas de apartamento e redes sociais disseram contra o que dizia o PCO. Vamos saltar agora para junho de 2023. A chamada “Lei geral do Esporte” acaba de ser aprovada e sancionada. E o que tem nela: repressão contra as torcidas organizadas, censura e algumas coisas mais.

No artigo 183 da lei aprovada consta o seguinte: “A torcida organizada que em evento esportivo promover tumulto, praticar ou incitar a violência, praticar condutas discriminatórias, racistas, xenófobas, homofóbicas ou transfóbicas ou invadir local restrito aos competidores, aos árbitros, aos fiscais, aos dirigentes, aos organizadores ou aos jornalistas será impedida, bem como seus associados ou membros, de comparecer a eventos esportivos pelo prazo de até 5 (cinco) anos.”

Não é lindo isso? Esse parágrafo parece até fruto de uma profecia do PCO. Aconteceu exatamente como denunciamos. A “homofobia”, o “racismo”, a “transfobia” foram o pretexto perfeito para censurar as torcidas. Censurar e punir. E vejam só, não pode ser “homofóbico”, mas também não pode protestar contra o juiz, contra os ilibados dirigentes. Em suma, a torcida não pode mais nada.

E para agravar a situação, tudo isso vem junto com cláusulas absurdas, ditatoriais como a do artigo 178: “A torcida organizada responde civilmente, de forma objetiva e solidária, pelos danos causados por qualquer de seus associados ou membros no local do evento esportivo, em suas imediações ou no trajeto de ida e volta para o evento.”

Ou seja, não é pouco repressão, é muita. A lei é uma aberração jurídica que prevê que se um membro isolado da torcida cometer um crime (podem ser os crimes fictícios inventados no artigo 183, pode ser crime de verdade) a torcida inteira paga “solidariamente”.

Estamos diante de uma política que visa a destruir as torcidas organizadas. O mais incrível é que o governo do PT tenha assinado uma coisa tão impopular como essa, voltando as massas de torcedores contra o governo. É muita irresponsabilidade. E é irresponsabilidade também porque ao permitir uma aberração jurídica como essa contra as torcidas abre-se a brecha para que isso se estenda a outras organizações populares.

Mas e a esquerda de classe média, tão preocupada com a “homofobia nos estádios”, o que dizia contra o PCO?

Segundo o próprio artigo da revista Fórum, o jornalista William de Lucca afirmou nas suas redes sociais: “Às vezes, o PCO passa de um conglomerado engraçado de gente extremista para um conglomerado intolerante que se enfileira com toda sorte de fascista”.

O PCO é “engraçado”. À parte o não argumento, William de Lucca, que anda meio sumido, deveria dizer se continua engraçada a situação agora que há uma lei para reprimir e censurar as torcidas. É muito engraçado para pessoas de classe média que, quando vão aos estádios, se é que vão, é para ficar confortável numa cadeirinha. O PCO é um “conglomerado intolerante”. Depois da lei geral do esporte, parece que os intolerantes não são os militantes do PCO. Existem intolerantes muito mais poderosos que estão fazendo leis para acabar com as torcidas e como os movimentos populares. Mas o que é isso perto do conforto de William de Lucca que quer assistir futebol sem ser incomodado pelas hordas sem educação de torcedores.

William de Lucca, que está sumido agora, na época ganhou bastante destaque como defensor dessa porcaria que agora vira lei. Apareceu em reportagem do Fantástico da rede Globo para falar da “homofobia nos estádios”. A rede Globo, essa tão democrática empresa, preocupada com a homofobia. E era justamente porque a Globo estava por trás que o PCO sabia que tudo era um pretexto para perseguir os torcedores.

A esquerda de classe média, que na época ficou histérica e horrorizada com a posição do PCO, deveria explicar às torcidas organizadas que tudo isso é para um grande bem maior, moral, lindo e perfeito.

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