Como ficou estabelecido claramente, a campanha pela mulher negra no STF levada adiante pelos identitários foi encomendada diretamente pelo imperialismo. Essa campanha teve grande repercussão, com outdoors expostos em Nova Délhi, vídeo na Times Square, Caminhão de vídeo em Manhattan e até faixa falsa na favela da Rocinha.
Os sinais de que a campanha é financiada e encomendada pelo imperialismo estão muito claros. Primeiramente, toda essa campanha publicitária supracitada, também há o fato de que a campanha tem um viés identitário, o que é típico do imperialismo. Outro fato que chama atenção é que a principal candidata apresentada pelas ONGs identitárias ao cargo – Adriana Cruz – é ex-assessora de Luis Roberto Barroso, o mais lavajatista dos ministros do STF. Por fim, nós temos o fato de que toda a campanha foi lançada num canal de TV norte-americano, no programa Greg News, apresentado por Gregório Duvivier.
Esse fato levou todo um setor da esquerda a criticá-lo e a fazer a denúncia desse financiamento estrangeiro. Ao contrário do ocorrido em outros períodos, não foi uma iniciativa apenas do PCO, diversos setores do PT – já vacinados após o golpe de 2016 – também se manifestaram no sentido de demonstrar o caráter golpista da campanha.
No entanto, “Nego Greg” e seu produtor procuraram se defender dando entrevistas no canal de YouTube da revista Fórum. Lá, ficou bem estabelecido que Duvivier é um golpista convicto. Sua colocação é de que Dilma Rousseff foi derrubada devido aos erros que cometeu durante seu mandato. Não foi devido à campanha criminosa da burguesia e do imperialismo, através dos meios de comunicação brasileiros, não foi devido à sabotagem e pressão do Congresso direitista junto com STF, foi porque ela teria contratado Joaquim Levy para o Ministério da Economia, o que, supostamente, teria feito com que ela perdesse popularidade – uma tese totalmente absurda.
Tudo isso prova a disposição golpista de Gregório Duvivier. E todo esse golpismo serve aos interesses do imperialismo, que é claramente quem está por trás da atual campanha pela mulher negra no STF. Em seu último programa, com o título Crianças, Duvivier admitiu, para quem ainda estava em dúvida: “(…) não precisava ir tão longe, gente. É sério. Esse canal chama ‘Eitch-bí-ou’. Não é ‘Agá-bê-ó’. O dono provavelmente é bilionário. Então, sim, eu recebo dinheiro de bilionário gringo todo mês, tá? Queria deixar isso claro, já, para evitar o trabalho de vocês não ficarem buscando uma ligação dum dinheiro que vai cair… Não, cai direto aqui, tá? Diretinho na minha conta, o Pix”.
Duvivier fala isso de forma debochada, primeiramente, porque já é conhecimento de todos e não tem mais como esconder, mas também porque ele e seus colegas “ongueiros” não veem problema nenhum no fato de receberem dinheiro do imperialismo. Basta lembrar outra figura ilustra da esquerda, Jones Manoel, que afirmou que “não é porque você recebe dinheiro de fundações como a Ford Foundation ou a Microsoft que você é teleguiado pelos Estados Unidos”.
Existe uma tentativa de esconder o fato de que todas essas pessoas estão a serviço do imperialismo. No entanto, é evidente que o imperialismo jamais investiria dinheiro em algo que não fosse de seu interesse. Isso sem falar no fato de que todos eles estão sempre a reboque do imperialismo em todas as pautas que defendem. Todos eles foram apoiadores (alguns mais tímidos outros mais descarados) do golpe contra Dilma em 2016, nenhum deles expressa apoio aos países que estão em conflito direto com o imperialismo (Rússia, Afeganistão, China, Níger, etc.), muitos deles atacam países como Cuba e Venezuela. Além disso, todos têm em comum a defesa do identitarismo como uma de suas principais políticas.
Os setores mais esclarecidos da luta operária, no entanto, devem ter clareza no seguinte fato: qualquer pessoa ou organização financiada pelo imperialismo, seja através de projeção em canais de tv estrangeiros, seja por dinheiro de fundações como Open Society, Fundação Ford, NED, Obama Fellows e outras, estão a serviço do imperialismo e sua tarefa é procurar atacar a soberania nacional do Brasil e atacar a classe operária do país. É preciso separar essas pessoas da esquerda verdadeira e estabelecer claramente quais os campos de ação dos revolucionários.
