Segundo dados compilados pelo Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência (Sou Ciência) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o orçamento das universidades federais brasileiras caiu 14,4% nos últimos quatro anos. Em 2022, o orçamento atingiu patamares inferiores aos de 2013.
Além disso, segundo o Sou Ciência, as instituições de ensino superior receberam R$62,2 bilhões em 2019, enquanto que em 2022, último ano do governo Bolsonaro, esse número diminuiu para R$53,2 bilhões. Cabe destacar que o investimento do ano passado foi menor do que em 2013, apesar do fato de que, naquele ano, o País havia seis universidades federais a menos.
O valor repassado para as universidades inclui recursos de assistência estudantil, despesas de manutenção e funcionamento, investimento em infraestrutura e material permanente e pagamento de pessoal. Tais investimentos estão em queda desde 2015, um efeito claro do golpe de Estado no Brasil.
“A queda orçamentária afetou as universidades em todos os sentidos. Nós temos hoje obras que estão paradas, como recuperação de infraestrutura que está deteriorada, construção de bibliotecas e restaurantes. As universidades tiveram que reduzir limpeza, postos de vigilância, os contratos de manutenção, com isso, toda a estrutura está afetada. A estrutura de pesquisa também foi fortemente afetada pela falta de recursos”, afirmou a coordenadora do Sou Ciência e professora titular da Unifesp, Soraya Smaili.
Outro setor prejudicado pelos cortes no orçamento foi o da assistência estudantil. No mesmo período analisado pelo estudo, os repasses caírem 23,2%, de R$1,1 bilhão para R$844,9 milhões.
