Diante de contradições da crise imperialista, realizou-se no último dia 4 de setembro, uma reunião de dois importantes líderes, o presidente da Turquia, Recep Erdoğan – ligado a OTAN, mas cada vez mais rebelde – e o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Um dos mais importantes encaminhamentos tirados pelos dois líderes foi a resolução de aprovar o uso das moedas locais como ferramenta de intercâmbio econômico, permitindo assim a potencialização do gasoduto Turkstream e com isso, enfraquecendo o dólar.
Essa empreitada, tão importante para a Turquia quanto para a Europa, torna-se emergente, considerando que o corredor da Ucrânia de transporte e de gás, possivelmente tem os seus “dias contados” devido aos ataques sofridos pelos gasodutos Nord Stream, completamente destruídos por uma operação no Mar Báltico. Outro ponto a salientar seria a construção de uma segunda usina nuclear para a Turquia, possivelmente projetada e distribuída pela empresa estatal russa Rosatom a ser erguida em Sinop, no Mar Negro.
Já existe uma em funcionamento no país e outra em construção em Akkuyu, na província de Mersin, abrangendo quatro reatores russos de 1.200 MW, que deverá gerar 10% da eletricidade ao país quando for concluído. A operação, financiamento e a operação da usina será feita em parceria com a estatal russa de energia nuclear Rosatom, terá a opção de 49% do controle turco e 51% de controle russo.
Com o início em 2015 dos trabalhos locais, a construção da primeira unidade de Akkuyu foi iniciada em março de 2018, já a construção da segunda em 2020. Uma cerimônia solene em abril de 2023 fora realizada, nada mais nada menos, o dia do centenário da fundação da Turquia moderna para a entrega do primeiro lote de combustível nuclear para a usina nuclear de Akkuyu.
Fica bem claro que o fim da hegemonia do dólar é iminente, não se tratando mais de uma teoria, mas sim, de um processo implementado a passos largos, fruto de um projeto grandioso para o fortalecimento das nações atrasadas e que, inevitavelmente, levará mais crise aos EUA e consequentemente, ao imperialismo. Com isso, os efeitos da transformação do dólar norte-americano em arma, congelando ativos do banco central russo e sanções, a fim de destruir a economia russa está também com os dias contados, uma ótima notícia para os países atrasados.