“A imprensa brasileira, com ajuda de políticos e autoridades, tomam os acontecimentos que têm impacto emocional para fazerem passar maldades contra a população brasileira”. Essa foi a análise inicial feita por Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, em sua tradicional Análise Política da Semana, feita no último sábado (30). Além da liberdade de expressão, Rui abordou outras questões, tanto na política nacional, quanto internacional, além de responder perguntas dos mais de mil telespectadores simultâneos.
Liberdade de expressão
De acordo com o presidente do PCO, as leis de censura e repressão têm um modus operandi. “É sempre assim e conhecemos a campanha até pelo mau odor da campanha”. O truque, conforme pontuou, é usar alguma morte, alguma desgraça para fazer campanha a favor de interesses escusos é um esquema tradicional, ao passo que se você matar 21 mil pessoas na Faixa de Gaza não causa nenhuma emoção. “Você tem o caso onde um doido matou uma criança e o cidadão vai lá e cria uma lei onde o crime contra crianças tem que ser punido com maior dureza.”
A impressão que Rui transmite aos telespectadores é que os grandes órgãos de imprensa estão mais preocupados com o suicídio de 2 pessoas do que o assassinato duro e frio de 21 mil pessoas, sendo mais de 10 mil crianças. “É uma campanha sórdida para explorar a desgraça alheia para aprovarem leis antidemocráticas”.
PL da censura
Prosseguindo com o tema da liberdade de expressão, pontuou que o PCO e todos os setores progressistas terão que começar, já no dia 1º de janeiro, uma campanha pela rejeição do pacote das fake news. “Isso gerará um ambiente de verdadeira ditadura na internet”. Conforme pontuou, membros do PT podem falar o que quiserem, mas esse pacote de criminalizar supostamente as mentiras falsas é um pacote para tentar restabelecer o monopólio da comunicação no Brasil para os grandes monopólios, como a Rede Globo. “Não é só o dinheiro, é o controle da informação e o controle da informação pela Rede Globo é o pior que poderia acontecer para o Brasil”.
O PT e os direitos democráticos
“Se o PT não mudar de opinião, ficará claro que este filho, que é muito feio, será do PT”. A fala de Rui se dá não somente ao ataque às liberdades de expressão, mas a todas as liberdades democráticas. Conforme já evidenciou inúmeras vezes, o ataque à liberdade de expressão sempre escala para o fim das demais liberdades, como de associação ou manifestação.
Deixemos absolutamente claro que o monstrengo da PL das fake news que o Congresso está parindo é filho de um casamento monstruoso entre o PT e a direita. Para nós, chega das atitudes antidemocráticas. É demais da conta. Já tem a lei de defesa da democracia, no passado sancionaram a monstruosa lei antiterrorismo, aprovaram a maquiagem da lei de segurança nacional da ditadura… Já fizeram um monte de loucuras, como as lambanças do Alexandre de Moraes. Chega. Para nós, é demais o que está acontecendo e fazemos isso como um benefício para o próprio PT, que caso continue assim, irá se enterrar.
Estamos sendo modestos ao dizer que o PT irá se enterrar, pois o PT já está se enterrando. Quando falamos das questões democráticas, não estamos falando apenas de censura, mas um ataque a todas as liberdades democráticas do Brasil.”
Segundo Rui, inclusive, o governo PT foi tímido neste ano, para dizer o mínimo. As duas únicas medidas aprovadas foram o arcabouço fiscal e a política fiscal; nada mais.
Ditadura de Milei na Argentina
Quando o Milei foi para o segundo turno da eleição, Rui e o Partido da Causa Operária disseram que o candidato neoliberal iria implementar um golpe de Estado, uma ditadura, com repressão e outras medidas restritivas. Dito e feito.
“Ele quer impor uma ditadura no sentido jurídico da palavra, levando até setores moderados da Argentina a criticarem e sentirem que está chegando à ditadura”. A análise de Rui se dá pelo pacote que o presidente argentino anunciou, basicamente retirando poderes do Parlamento e concedendo permissões para ele mesmo governar por decreto, cancelar leis vigentes por decreto e criar novas leis também por decreto. “Está procurando cancelar direitos políticos da população, como direito de reunião, direito de greve e qualquer tipo de mobilização, impondo multas, prendendo pessoas e prometendo baixar o cacete no pessoal sem piedade”.
Questão palestina
A situação na Palestina, como pontuou Rui Costa Pimenta, é a seguinte: o sionismo entrou em um terreno de areia movediça. Quanto mais se esforçar para sair, mais irá afundar. Há frentes de batalha no Irã, Iêmen, Síria, Líbano, Iraque e Cisjordânia. Israel diz que a guerra de Gaza está sendo lutada em sete frentes diferentes e estão falando isso porque querem um maior envolvimento dos países imperialistas. Isso mostra “que realidade que é muito ruim para Israel”, destacou Rui, pontuando que a crise aberta pelos hutis do Iêmen é de ainda maior destaque. “Os norte-americanos criaram uma frota para escoltar os navios que passaram pelo golfo e os iemenistas disseram que se os norte-americanos continuarem atacando, eles atacarão os navios norte-americanos que passarem por lá”.
Esta foi a última Análise Política da Semana de 2023, mas, sem interrupções, as Análises seguirão em todos os sábados de 2024, às 13 horas, logo após o Esquenta da Análise Política da Semana na Causa Operária TV.