A justiça do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (13), ampliou a proibição de quatro torcidas organizadas, além de decretar a prisão temporária de seus líderes. A Raça Rubro-negro, Jovem Fla, Força Jovem do Vasco e a Young Flu, já estavam proibidas de frequentar os estádios por 90 dias, após uma confusão generalizada no último clássico entre Flamengo e Vasco no dia 5 de março. Às novas medidas adotadas pelo juiz Bruno Vaccari Manfrenatti, do Juizado Especial do Torcedor e Grandes Eventos, foi o aumento do prazo e inclui quebra de sigilo (envolvendo mensagens do WhatsApp, Telegram, imagens, ligações recentes, e-mail etc.), bloqueio de contas, suspensão da atividade e interdição das sedes por cinco anos.
“Os atos de violência noticiados, mormente os do dia 05/03/2023, trazem os dados que revelam a prática dos crimes investigados, bem como o envolvimento das torcidas organizadas. E nesse ponto reside o elemento concreto que fundamenta o cabimento da medida de busca e apreensão. Ressaltem-se os vídeos de barbárie e violência desenfreada, autenticadas pela PM como ações de torcidas organizadas, que foram veiculados em redes sociais e na mídia”, destacou.
A prisão temporária – por 30 dias – foi atendida pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) contra: Anderson Azevedo Dias (presidente da Young Flu), Fabiano de Souza Marques (presidente da Força Jovem do Vasco), Bruno da Silva Paulino (presidente da Torcida Jovem do Flamengo) e Anderson Clemente da Silva (presidente da Raça Rubro-Negra), ambos ainda não foram localizados. Na decisão à juíza Ana Beatriz Estrella, do Plantão Judiciário, cita violência nos clássicos e diz que prisão é “imprescindível para as investigações criminais e para a garantia da ordem pública”. O ministério público (MP) foi contra à decisão e apontou falta de evidências.
Trata-se claramente de uma ditadura, uma ação de tipo fascista contra às torcidas organizadas, sem base em nenhuma prova foi determinada a prisão de quatro pessoas. Tem que ser considerado que a grande parte das torcidas organizadas são de esquerda, ou seja, organizações populares, é um ataque antidemocrático da burguesia dirigida diretamente contra os trabalhadores. O DCO se coloca contra à ação inescrupulosa dos juízes, verdadeiros carrascos, e se coloca na vanguarda da defesa das torcidas organizadas:
“É preciso defender irrestritamente o direito de organização das torcidas, a perseguição contra as organizadas tem como objetivo calar o setor mais ativo dos torcedores e assim facilitar a entrega dos clubes para os capitalistas. Pelo controle das torcidas sob os clubes!”
É preciso defender irrestritamente o direito de organização das torcidas, a perseguição contra as organizadas tem como objetivo calar o setor mais ativo dos torcedores e assim facilitar a entrega dos clubes para os capitalistas. Pelo controle das torcidas sob os clubes!
— PCO – Partido da Causa Operária (@PCO29) December 23, 2021