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Rui C. Pimenta na Rádio Guaíba

“Direito à expressão é a pedra fundamental da liberdade política”

Convidado para discutir o problema das liberdades democráticas, o companheiro Rui participou da transmissão da rádio gaúcha através do canal Rádio Guaíba Oficial

Nessa quarta-feira, o presidente do PCO participou do programa Boa Tarde Brasil da rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul. Rui Costa Pimenta foi entrevistado pela equipe da rádio, sendo questionado a respeito de problemas como o da liberdade de expressão e o avanço do cerceamento às liberdades democráticas em geral no Brasil. A equipe da rádio, identificada com uma ideologia de direita, procurou tentar entender como algumas pautas que defendem sejam pautas em comum com um partido da esquerda revolucionária. A participação do companheiro durou cerca de 30 minutos e se mostrou bastante proveitosa para a propaganda do programa político do partido.

Questionado a respeito do avanço dos ataques às liberdades de “opinião, expressão e manifestação” no Brasil, o companheiro iniciou esclarecendo que isso faz parte, na verdade, de um “movimento internacional contra as liberdades democráticas”, que parte do sistema de poder econômico e político dos Estados Unidos e da Europa. Em seguida, explicou que a razão da liberdade de expressão estar no centro dos ataques se justifica porque se trata da “pedra fundamental das liberdades políticas”, entre as quais citou as liberdades de associação, manifestação e imprensa.

A fim de contextualizar o problema, Rui colocou que com o advento da internet, os monopólios das comunicações foram profundamente abalados mundo afora. Esse fato impactou diretamente o poder político internacional, produzindo a atual crise que os monopólios tentam sufocar através do silenciamento de indivíduos e grupos. Citou ainda que as recentes decisões e leis que combatem a liberdade de expressão no Brasil entram em contradição com a própria Constituição Federal. O apresentador Julio Ribeiro citou então parte do artigo 5º da CF, incluindo os incisos VI e IX, que dizem que:

IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.

O apresentador do programa revelou que ficou surpreso ao entrar em contato com a propaganda política do PCO e identificar pautas que seriam comuns aos “liberais”. Rui explicou que na verdade essas pautas são defendidas desde os primórdios da organização do partido, ainda sob a ditadura militar, quando a esquerda não tinha nenhuma dúvida em relação à necessidade de defesa dessas liberdades, em especial a liberdade de expressão. E completou que esse fenômeno da esquerda que pede por censura é bem recente e que envolve desde gente confusa até outros explicitamente mal-intencionados.

Questionado sobre as reações hostis dessa esquerda “que concorda com esses abusos e esses avanços sobre nossas liberdades”, o companheiro relatou as inúmeras polêmicas, ofensas e insultos, como chamar o partido de “bolsonarista”. Expôs também que as supostas vitórias comemoradas por esses setores da esquerda, além de não beneficiarem em nada as pessoas que dizem defender com a censura, apontam ainda para perdas de direitos para toda a população.

O convidado Roberto Racheski questionou então sobre esse problema das liberdades e a revolução defendida pelo PCO, considerando que essa revolução seguiria uma linha de desenvolvimento como o ocorrido em países como União Soviética, China e Cuba. Segundo o convidado, a posição do PCO destoaria da posição histórica da esquerda e do marxismo, que posição que teria “se materializado” em regimes autoritários.

Rui procurou explicar a confusão, citando a luta política travada em torno da direção do Estado na Rússia e a referência política do partido nas posições trotskistas. Abordou brevemente questões como a ditadura do proletariado como um estágio transitório no processo revolucionário e o problema do desenvolvimento das revoluções em geral, analisando a Revolução Francesa como um processo contraditório. Em seguida, a partir do exemplo da Revolução Francesa, a discussão enveredou para o problema dos impostos que recaem sobre a população.

Outro participante, o deputado federal pelo Rio Grande do Sul Maurício Marcon (Podemos) questionou sobre a situação atual do PCO nas redes sociais e sobre as estratégias para atuar na defesa das liberdades democráticas diante de um STF “aparelhado”. Rui informou sobre o desbloqueio das redes sociais do partido após seu bloqueio justamente durante o período eleitoral, assim como as ameaças feitas pelo ministro Alexandre Moraes ao suspender esse bloqueio. Em seguida, comentou sobre a intenção do partido em levar adiante uma campanha em defesa da liberdade de expressão e das liberdades democráticas em geral.

Rui ainda reafirmou que “a situação das pessoas que supostamente são defendidas pela censura não muda nada, não melhora” e que enquanto isso “os direitos estão sendo subtraídos”. Nesse sentido, a campanha defendida pelo PCO pretende fazer evoluir a compreensão em relação à importância desses direitos dentro da sociedade brasileira.

Outros temas foram abordados nesse curto espaço de tempo, em mais uma importante intervenção do partido, atingindo um público que normalmente não teria acesso ao programa revolucionário do PCO. A disposição para o diálogo impressionou positivamente a equipe, que seguiu discutindo a participação do companheiro após sua saída, provocando inclusive debates sobre problemas observados por eles nos partidos da direita. Uma discussão possibilitada justamente pelas ferramentas de comunicação via internet, que não por acaso sofre duros ataques da burguesia imperialista há muito tempo.

Confira a participação na íntegra a partir dos 58 minutos e 20 segundos:

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