A direção do Banco do Brasil, recentemente, alterou item da sua instrução normativa que é um verdadeiro ataque aos seus funcionários que ocupam cargos de Caixa Executivo ou Gerentes de Módulos.
O que antes era matéria de cobrir eventuais diferenças de numerário com desconto no salário, agora, para a direção do banco, o fato vira caso de polícia, em que o funcionário pode ir até para cadeia se o caixa executivo do banco ou o gerente de módulo percebam diferença a menor no guichê dos seus caixas.
“Segundo a nova norma, em caso de diferença no caixa para menor, se o gestor entender que existiu uma má intenção por parte do funcionário, ele deve fazer de imediato um boletim de ocorrência contra este trabalhador”. (Site spbancarios 13/04/2023)
A direção do banco partiu para uma política ultra reacionária, em que passa a tratar os seus trabalhadores como verdadeiros marginais. Ou seja, um gestor reacionário (e tem muitos deles na empresa), sabe-se lá por qualquer motivo não vá com a cara do funcionário e, o mesmo der um azar de dar uma diferença a menor no seu caixa, esse mesmo gestor poderá registrar um boletim de ocorrência na delegacia e, até o funcionário provar que focinho de porco não é tomada, já era a sua moral, comissão e, até mesmo o emprego.
Isso sem falar que os funcionários, que exercem a função de caixa executivo ou gerente de módulo, passarão a exercer essa função sob uma pressão psicológica gigantesca, sob o risco de prestar depoimento na delegacia caso percebam diferenças, o que abre, inclusive, a possibilidade de aumento do assédio moral por parte dos representantes da direção do banco, com o objetivo de pressionar os funcionários a cumprirem metas de vendas de produtos cada vez maiores.
A direção reacionária do Banco do Brasil, ao invés de dar uma proteção aos seus funcionários, passa a tratar os mesmo como criminosos. Uma das reivindicações históricas da categoria bancária, e que os banqueiros ignoram olimpicamente todos os anos, diz respeito ao adicional de quebra de caixa, verba trabalhista que se destina a remunerar o trabalhador que está exposto aos riscos pelo manuseio constante de dinheiro da instituição financeira, por estar submetido a erros de contagens, de transações e quaisquer outras falhas, involuntárias que possam ocasionar diferença a menor no fim do seu expediente, sendo que essas diferenças poderão ser descontadas do seu salário. O adicional é, justamente, para garantir a proteção do salário do trabalhador. Ao contrário disso, o Banco do Brasil quer que esse mesmo trabalhador passe a pagar a sua diferença cumprindo pena numa penitenciária. Um verdadeiro absurdo.
As organizações de luta dos trabalhadores bancários, os seus sindicatos, devem, imediatamente, organizar uma gigantesca mobilização de toda a categoria (imagina se a moda pega em todas as instituições financeiras) contra essa medida, típica dos bolsonarista.
Na atual situação política, com um governo eleito com o apoio da classe trabalhadora e das massas populares, jamais se poderia sequer imaginar, ainda mais implementar tais medidas.