Um dos ministros do Lula, que mais tem gerado crise dentro do governo é o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, este que é resultado direto da frente ampla para “derrotar o bolsonarismo” da qual o Partido dos Trabalhadores mergulhou de cabeça em alianças com Deus e o mundo para vencer as eleições de 2022. Dino é um político direitista, juiz, do PSB e não tem nenhuma ligação com a população.
A primeira crise foi no famoso 8 de janeiro, quando o atual Ministro de Segurança Pública se mostrou um verdadeiro incompetente, não conseguindo impedir que manifestantes bolsonaristas invadissem os prédios dos três poderes em Brasília, episódio que gerou um tremendo desgaste para o governo logo de início. Óbvio que não era nenhuma tentativa golpista, porém, a invasão e depredação que ocorreu mostrou que Lula iniciava seu terceiro mandato fragilizado.
Na sequência a sanha repressiva contra esses manifestantes é outra coisa ridícula, liderada por Alexandre de Moraes e apoiada por Flávio Dino, iniciou-se uma verdadeira caça às bruxas prendendo pessoas comuns, cujo crime seria ter se manifestado e aplicando penas duríssimas contra trabalhadores que chegam até 17 anos de prisão. Apesar de ser orquestrada pelo Supremo Tribunal Federal essa política punitivista, autoritária e reacionária recai diretamente sobre o governo Lula, pois tem o aval do Ministro de Segurança.
Uma das instituições que a população mais odeia no Brasil, como o próprio Lula já disse que “o povo não gosta” é a polícia. Mostrando seu caráter repressivo e anti popular o que mais se vê o Dino fazendo é armando e investindo dinheiro na polícia para atacar cada dia mais os favelados, pretos, pobres e periféricos em todos os Estados do país. Outro tema que os trabalhadores sabem que estão cerceando seus direitos é a questão da liberdade de expressão. Vira e mexe Flávio Dino está nas redes sociais pedindo punição para alguém que falou alguma coisa em algum canal de comunicação.
Uma pesquisa feita pelo instituto Atlas durante os dias 20 e 25 de setembro revelou que a pasta mais impopular do governo Lula seria a de segurança pública. De acordo com o estudo, divulgado pelo Estadão e que ouviu 3.038 pessoas pelo método de recrutamento digital aleatório, 20% dos brasileiros consideram o desempenho do governo na área como ótimo e 16% como bom. Por outro lado, são 47% os que apontam a gestão do setor como péssima e 9% como ruim. Os outros 9% viram desempenho regular.
Neste momento a crise é em torno da pasta, há divergência dentro do próprio governo se deveria ou não dividir as pastas da qual o Flávio Dino comanda. A crítica está relacionada à quantidade de crimes que estão acontecendo em Estados como a Bahia e Rio Grande do Norte, ambas sob o governo de petistas. A Bahia, por exemplo, lidera o ranking de mortes violentas e intencionais em 2022, com 6.659 registros de mortes, segundo os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Em entrevista ao Valor, a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, classificou a questão da violência como o “calcanhar de Aquiles” do governo Lula. Para a especialista, a violência policial no Estado, governado pelo PT há 20 anos, coloca o governo “em uma saia justa”. Somente em setembro 68 pessoas foram assassinadas pela Polícia no estado baiano.
Na tentativa de conter o que ele diz ser o crime organizado, Flávio Dino lançou nesta última segunda-feira (2) o novo programa nacional de combate ao crime organizado, a pasta de segurança pública destinou R$ 900 milhões para investir nas polícias. Ou seja, para o ministro direitista quanto mais repressão contra o povo melhor.