Em entrevista para a Revista Brasil TVT, o Ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, argumenta que o poder de fogo das facções criminosas no país aumentou muito por conta da política armamentista e estímulo do uso de armas de fogo do governo anterior. Sobre a situação no Rio Grande do Norte, Dino afirma que irá manter a Força Nacional de Segurança presente no estado até quando for preciso
“Temos atuado contra o poder das organizações criminosas que infelizmente se fortaleceram nesses anos mais recentes no Brasil, por um série de políticas erradas, a exemplo da proliferação de armas de fogo, isso aumentou o poder das facções, porque gerou um comércio e gerou lucro para essas facções, aumentou o poder bélico, estamos corrigindo isso” afirma Flávio Dino.
A fala do ministro é um verdadeiro absurdo, primeiro porque as armas das facções não são armas compradas por atiradores que possuem a Concessão de Certificado de Registro para pessoa física para realizar atividades de colecionamento de armas de fogo, tiro desportivo e caça, ou CAC. As armas chegam às facções principalmente por meio da polícia, são esses os que realmente traficam armas para dentro das favelas e para as mãos das facções. Por outro lado, o poder bélico de cada facção depende única e exclusivamente do poder aquisitivo de cada organização.
A política burguesa continua usando o bode na sala que seria a luta contra o bolsonarismo para desarmar a população e manter o povo refém do braço armado do Estado. Este, sim, como coloca Dino, receberá investimento de bilhões para fortalecer o poder de fogo daquela que é a maior organização criminosa de todas e que ataca dia e noite a população pobre e preta de todo país; sem falar nas chacinas e crimes que cometem nos morros e favelas de todo Brasil.
Diante disso, temos um Ministro que se diz progressista e que usa métodos repressivos para atacar esta questão do armamento que a princípio deveria ser um direito de todo cidadão brasileiro. Outro ponto é que o ministro de um governo de esquerda, como é caracterizado o governo Lula, não deveria estar preocupado com bandidos, mas sim com a situação carcerária dos presos, e o sistema prisional, em geral. Prisões estas que são verdadeiros infernos na terra, onde o cidadão sofre torturas, come comida estragada e tudo de pior que um ser humano pode imaginar.
Por fim, o discurso do atual Ministro também dá a entender que estamos próximos de o governo tomar medidas antidemocráticas para tentar impedir que a população tenha acesso às armas. Uma delas seria tornar a coisa ainda mais burocrática e dificultar que aqueles já possuem porte de arma para manter o direito.