A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) confirmou o técnico do Fluminense, Fernando Diniz, no comando da Seleção Brasileira provisoriamente. A decisão é correta apenas parcialmente. O técnico do Tricolor é um dos melhores brasileiros atualmente. Com um estilo extremamente diferenciado do padrão de jogo mundial, Diniz poderia recuperar as características brasileiras para a Canarinho. Na quarta-feira (7), Diniz foi apresentado oficialmente, em evento na sede da CBF no Rio de Janeiro.
O plano da CBF, todavia, é um grande problema. Diniz assumiria a Seleção Brasileira apenas provisoriamente. Até janeiro de 2024, quando supostamente o italiano Carlos Ancelotti, técnico do Real Madrid, assumiria o controle do escrete nacional.
A insistência com Ancelotti continua sendo um problema. Os motivos são vários. Primeiro, a Seleção seria comandada por Diniz por apenas alguns meses. No entanto, para que o time nacional consiga impor o esquema complexo do treinador é preciso muito tempo — tempo que a Seleção, que se reúne apenas algumas vezes por ano, não teria. Segundo, mudando de técnico, significaria que o time continuará sem técnico — isto é, sem projeto — para o ano que vem, quando será disputada a maioria dos jogos das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026 e a Copa América. Ainda, continuaria significando que o escrete nacional perderia de um ano a um ano e meio de preparação para a Copa do Mundo.
Terceiro, Ancelotti é o anti-Diniz. Enquanto o técnico brasileiro preza pelo toque de bola e o jogo rápido — sem, no entanto, aderir ao jogo posicional (burocrático) da Europa — o técnico italiano é um típico técnico europeu pré-Guardiola. Ou seja, Ancelotti é um retranqueiro que joga no contra-ataque, sem a bola. Isso significa que a Seleção vai disputar o restante das partidas de 2023 de uma forma para mudar completamente o estilo de jogo meses depois…
A manutenção (que é incerta) de Ancelotti, portanto, continua a bagunça da CBF contra a Seleção Brasileira. Se Diniz foi o escolhido entre os diversos técnicos brasileiros, que ele seja mantido. O Brasil não precisa da humilhação de um técnico estrangeiro, ainda mais com a avacalhação que isso se tornou.