Após a derrota da Seleção Brasileira na Copa do Mundo do Catar, no ano passado, a campanha para desmoralizar o melhor futebol do mundo, o brasileiro, foi gigantesca. Como parte disso, a Canarinho está atualmente com um técnico interino, Ramon Menezes, do sub-20.
Enquanto isso, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) busca um técnico estrangeiro para assumir a Seleção. A CBF, além de assinar um atestado de incompetência, uma vez que não busca alguém formado pelo seu próprio curso de treinador, confirmando um técnico estrangeiro, estará promovendo também um profundo ataque ao futebol nacional.
No entanto, o Brasil, o país do futebol, é autossuficiente em treinadores, sem precisar se desmoralizar em relação ao futebol europeu.
Fernando Diniz, no Fluminense desde o ano passado, é a prova disso. Técnico jovem e ex-jogador, Diniz promove um futebol diferente do que se vê no resto do mundo. Em todos os países, inclusive no Brasil — infelizmente —, todas as equipes jogam da mesma forma: com um futebol burocrático importado da Europa. Diniz não; seus times jogam de forma ofensiva, sem se engessar em formações numéricas — algo que a Seleção de 1970 inventou.
Diniz pega times limitados em questão de elenco e os transforma. Quase foi campeão brasileiro à frente do São Paulo Futebol Clube em 2020, com um elenco que não estava entre os cinco mais caros do país. Infelizmente, o time se desorganizou e ficou sem o título. De qualquer forma, foi o melhor São Paulo dos últimos dez anos.
Agora, à frente do Fluminense, que tem o 7º elenco do Brasil, Diniz também faz milagres. Classificou o clube para a Libertadores em 2022, jogando um dos ‘futebois’ mais bonitos do Brasil — senão, o mais bonito. Como é bom ver os times de Diniz jogarem! Sempre ofensivos, buscando o que importa: o gol.
O Fluminense de Diniz foi campeão carioca neste domingo (8) contra o maior rival: o Flamengo. Alguns dirão, e é verdade, que o Rubro-Negro está bagunçado desde a chegada do português Vitor Pereira — que, por isso, foi demitido nesta segunda-feira (9). No entanto, o Fluminense não apenas ganhou; goleou o rival numa final — 4 × 1, com direito a golaços de Marcelo, na sua reestreia no Maracanã, e outros lindos gols oriundos de jogadas muito bem trabalhadas.
O time de Diniz jogou o fino da bola nesta partida, vencendo o melhor elenco do Brasil. Os jogadores do Fluminense não eram meros atletas, mas verdadeiros guerreiros raçudos, mas também habilidosos. O futebol do Fluminense, desde o ano passado, é o que temos mais próximo, neste momento, da arte desenvolvida pelos brasileiros em tempos passados.
Diniz mostrou que está à altura de treinar a Seleção Brasileira. Aliás, a vitória contra um treinador europeu foi simbólica: o Brasil não precisa de treineiros europeus.