A política de imigração dinamarquesa foi instaurada em 1983 com a Lei de Estrangeiros, considerada inicialmente um dos quadros jurídicos mais liberais da Europa. Ulteriormente, o país escandivo enrijeceu sua política anti-imigrante e, principalmente, anti-muçulmana, fato corroborado pelos ataques às torres gêmeas em Washington, na política “contra o terror”, e o surgimento do Partido Popular Dinamarquês, partido de extrema-direita que venceu as eleições legislativas de 2015. Em novembro de 2014, Mette Frederiksen, a atual primeira-ministra da Dinamarca, na época Ministra da Justiça, apresentou um projeto de lei que alterava a Lei dos Estrangeiros para criar uma “nova categoria”; proteção temporária aos refugiados. A lei consiste em pressionar o indivíduo a sair do país, independente da situação do refugiado, o estado dinamarquês só garantiria asilo temporário.
A política xenofóbica da Dinamarca, segundo a investigadora da Universidade de Gotemburgo, a política está “induzindo este profundo sentimento de não serem bem-vindos e lembrando-lhes que a sua estadia na Dinamarca é condicional e temporária”. O governo dinamarquês tem feito grandes esforços para desencorajar a vinda de novos imigrantes. Entre 2019 e maio de 2023, o DIS (Serviço de Imigração Dinamarquês) considerou 2.155 casos de refugiados sírios para a revogação da proteção. Durante este mesmo período, o número total de novos pedidos de asilo sírios – não necessariamente concedidos – foi inferior a 2.000, o que ilustra um enorme esforço para revogar a proteção , independentemente da redução de requerentes de asilo. O processo de revogação é acusado pelo Instituto Dinamarquês de Direitos Humanos, como algo extremamente desestimulante, por seu caráter agressivo contra os imigrantes, consequentemente, inúmeros refugiados acabam desistindo e fogem do país por causa de estresse, insegurança, ansiedade e pressão do estado. O processo foi descrito por Hashin, sírio de 75 anos refugiado na Dinamarca desde janeiro de 2015. O processo se inicia com uma entrevista com extensa duração (seis horas) em que se nota toda hostilidade por parte do estado em garantir segurança e asilo; “Todas as suas informações básicas são mentiras”, “Ninguém é responsável por garantir que esta informação seja honrada”. Após a entrevista, a espera por uma decisão dura meses e, se os refugiados perderem a sua proteção, o seu caso é automaticamente objeto de recurso para o Conselho de Recursos para Refugiados, incluindo um outro processo que dura vários meses.
O “modelo dinamarquês” tem inspirado outras potências da União Europeia a seguir uma política igualmente rígida, para conter principalmente os árabes, povos que são massacrados e tratados como sub-humanos nos países europeus, instigando revoltas, como na França, os recentes protestos contra o governo neoliberal de Emmanuel Macron, se destacou jovens árabes e africanos. A rebelião da população semita, isto é, descendente de Sem, compreendendo hebreus, assírios, aramaicos, fenícios e os árabes, é flagrante. O que fica claro com as recentes manifestações defendendo os palestinos contra o genocídio promovido pelo estado israelense na Faixa de Gaza e Cisjordânia. Com o início da ação revolucionária do Hamas, partido político com maior representação popular na Palestina, os povos árabes por toda extensão do globo estão comemorando a revolta contra os seus algozes sionistas. A luta do Hamas pelo fim do estado Israel é a luta de todos os árabes oprimidos, ainda mais abrangente, representam a luta de todos os povos oprimidos do mundo.