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Viagem diplomática

Díaz-Canel na Europa: “uma visão de onde o mundo está se movendo”

Presidente cubano compartilhou as impressões que teve acerca de sua viagem pela Europa

Ter participado da Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global «foi interessante; ela nos deu uma visão de onde o mundo está se movendo e também das armadilhas que existem em torno das questões de financiamento global».

O primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, compartilhou esse e muitos outros critérios com os membros das missões diplomáticas cubanas na República Francesa e na Unesco.

Esta, a última atividade da delegação oficial antilhana em Paris, antes de regressar à pátria, na sexta-feira passada, 23 de junho, à noite (hora local), converteu-se em uma calorosa reunião entre os cubanos, na qual Díaz-Canel resumiu o trabalho realizado durante a semana por ele e os que o acompanharam, entre eles o membro do Bureau Político e ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla.

«Essa Cúpulafoi o motivo pelo qual a turnê pela Europa foi organizada para essas datas», explicou o chefe de Estado.

A turnê incluiu o Vaticano, onde teve um intercâmbio privado com o papa Francisco; a Itália, onde foi recebido pelo presidente da República Italiana, Sergio Mattarella, e manteve um diálogo na sede da FAO, em Roma, com o secretário-geral dessa organização, QU Dongyu; e a Sérvia, onde fez uma visita oficial e foi calorosamente recebido pelo povo e pelo presidente Aleksandar Vucic, e pelo líder da legislatura, Vladimir Orlic.

«Essa foi realmente uma viagem interessante e proveitosa para o país», resumiu Díaz-Canel aos diplomatas cubanos credenciados em Paris.

COM O PAPA E NA ITÁLIA, RESPEITO POR CUBA

O presidente comentou: «Nóstínhamos uma visita pendente ao papa, e quando nos encontramos esta semana ele foi muito gentil com o lado cubano. Disse-nos: “Vocês sabem o que eu sinto pelo povo cubano”».

Díaz-Canel explicou que o lado cubano conversou com o Sumo Pontífice sobre a situação do país e a necessidade de dar uma visão atualizada da mesma, dada a intensificação do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos, bem como a inclusão da Ilha na lista espúria de países que supostamente patrocinam o terrorismo.

«Visitar a Santa Sé foi o objetivo que nos levou primeiro à Itália», disse, «mas depois tivemos uma reunião bilateral com o presidente italiano, Sergio Mattarella. Essa reuniãofoi uma boa reunião, houve muito acordo sobre várias questões, especialmente sobre colaboração, sobre o nível das relações entre nossos países», acrescentou.

O chefe de Estado cubano também comentou sobre sua visita à FAO, «uma organização com a qual sempre tivemos um bom relacionamento. A FAO está nos apoiando com financiamento para um grupo de projetos dentro do Programa de Soberania Alimentar e Educação Nutricional», explicou.

O intercâmbio em Roma com uma representação de empresários italianos que têm investimentos em Cuba foi descrito pelo chefe de Estado como uma «reunião intensa».

Destacou que os investidores italianos em Cuba mantêm uma abordagem muito positiva. Apesar das dificuldades, como as dívidas contraídas com eles, sua abordagem é continuar avançando, continuar propondo negócios.

Comentou sobre uma característica muito especial da comunidade empresarial italiana que mantém relações com Cuba, que é o fato de que as filhas e os filhos daqueles que abriram negócios na Ilha décadas atrás, a geração que os segue, mantiveram esses negócios e querem desenvolvê-los.

«Geracionalmente, isso foi mantido, isso foi transmitido, e há histórias de vida muito bonitas, muitas referências a reuniões que tiveram com Fidel e um tremendo compromisso», enfatizou o presidente.

SÉRVIA, UMA VISITA MUITO POSITIVA

Sobre a visita oficial à Sérvia, onde a posição em relação a Cuba do presidente Aleksandar Vucic e seu gabinete é excelente, Díaz-Canel comentou sobre as estadias em Havana de Vucic em 2017 e de seu antecessor, Tomislav Nikolic, em 2015.

Elogiando a posição do governo sérvio e de seu povo em relação à Ilha maior das Antilhas, o chefe de Estado cubano destacou que «este é um país com o qual podemos fazer coisas que não havíamos previsto, como comprar trigo, milho e outros alimentos, além de gerar relações econômico-comerciais nas áreas de turismo, biotecnologia, saúde, agricultura e intercâmbio técnico-científico».

«Essa também foi uma visita muito positiva e estivemos com as principais figuras da Sérvia, especialmente o presidente e também o presidente da Assembleia Nacional», resumiu.

CÚPULA NA FRANÇA: UM EVENTO “COMPLICADO

Sobre a Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, realizada na quinta e sexta-feira, 22 e 23 de junho, em Paris, por convocação do presidente Emmanuel Macron, da qual Cuba participou no exercício da presidência pro tempore do G77 mais a China, Díaz-Canel observou que esse foi «um evento complicado».

«Falar em nome do G77 mais a China permitiu expressar uma posição diferente nesta reunião», refletiu o dignitário, que felicitou os diplomatas cubanos pelo seu árduo trabalho nesta Cúpula.

O discurso de Cuba, em nome do G77 e da China, foi um ponto de inflexão em relação aos que haviam sido feitos até aquele momento. Mais tarde, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Cyril Ramaphosa, da África do Sul, falaram na mesma linha. A intervenção do presidente do Quênia, William Ruto, também foi muito boa.

«Esses discursos eram mais à esquerda», analisou Díaz-Canel, «para quem os discursos feitos pela elite bancária e financeira do mundo — que estava sentada ao lado dos países pobres — terminam em promessas. Sabe-se que sim, é preciso encontrar fundos, que essas Cúpulas devem ser realizadas, mas… Quem vai colocar o dinheiro, os ricos?»

«Já temos experiência nisso», argumentou o presidente, e pôs como exemplo as Cúpulas sobre Mudança Climática, que em mais de dez anos não conseguiram obter o financiamento prometido. «Eram mais de 100 bilhões de dólares por ano. Desse valor, quanto foi dado, a quem chegou o que foi dado?»

«É por isso que a denúncia, o destaque do fato de que a ordem econômica internacional é injusta, anacrônica, que é excludente, que é antidemocrática, é compartilhada pelo Terceiro Mundo. Tudo isso é o que precisa ser mudado. Agora, como vamos mudar isso, o que vamos fazer para mudar isso», refletiu o líder cubano.

«O presidente Macronestava se fazendo essas mesmas perguntas, e qual é a abordagem que lhe deram, que não podemos fazer isso eliminando tudo o que já existe; em outras palavras, que não pode ser feito eliminando o FMI, que não pode ser feito eliminando o Banco Mundial, que não pode ser feito eliminando as instituições financeiras?»

«E está claro que isso não pode ser feito, porque enquanto houver capitalismo não haverá possibilidade de os países do Terceiro Mundo resolverem isso», denunciou o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista.

Agora, acrescentou em outro momento, «está começando a aparecer um grupo de questões que estão sendo tratadas no Primeiro Mundo e que eles querem oferecer como receitas ao Terceiro Mundo; eu diria que são coisas necessárias, mas o que importa é como podemos aplicá-las?»

Descreveu «a transição digital, a transição energética, o hidrogênio verde… tudo isso é muito bom e muito importante. Tudo isso é muito bom, e é muita tecnologia, mas como os países do Terceiro Mundo podem fazer isso se tiverem que pagar um milhão de dólares para comprar um megawatt de painéis fotovoltaicos?»

«Esses cantos de sereia às vezes motivam um grupo de países, mas depois há decepções com o que pode ser alcançado».

Retomando a agenda da delegação cubana a quatro países europeus na semana que terminou, Díaz-Canel falou com carinho de sua visita à sede da Unesco, onde foi recebido por sua diretora-geral, Audrey Azoulay. «Esta é uma organização das Nações Unidas com a qual também temos uma relação magnífica e que reconhece o papel de Cuba», disse.

Durante os dias em Paris, Díaz-Canel também se reuniu com António Guterres, secretário-geral da ONU, que descreveu como uma reunião agradável. Também teve uma reunião muito importante com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre quem escreveu em sua conta no Twitter que haviam trocado opiniões sobre as possibilidades de aumentar a cooperação em áreas de interesse comum.

Finalmente, o presidente comentou com os diplomatas cubanos sobre as reuniões realizadas com representantes do setor empresarial francês presentes em Cuba, com o ex-presidente François Hollande e com outros políticos.

Assim, concluiu uma intensa digressão por vários países europeus, na qual a Ilha maior das Antilhas aprofundou os laços bilaterais e consolidou outros; uma visita na qual, mais uma vez, foi possível constatar a admiração e o apoio que a Ilha recebe no mundo.

Fonte: Granma

* Os artigos aqui reproduzidos não expressam necessariamente a opinião deste Diário

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