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Lula na Ásia

Desespero do imperialismo: Brasil seguirá caminho da China?

Agenda de Lula na China contêm uma série de reuniões com grandes empresários chineses que devem anunciar oficialmente investimentos no Brasil

Essa quarta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pouso na China pouco depois das 11h, horário de Brasília. Assim que desembarcou, realizando viagem de mais de 30 horas contando as conexões, o presidente encontrou a ex-presidenta Dilma Rousseff e, acompanhado de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, e de Janja da Silva, a primeira-dama, foi para o hotel, próximo à região central de Xangai.

Lula tem uma agenda cheia no gigante asiático. Na quinta-feira (13), ele participará de uma solenidade para marcar a posse de Dilma como presidenta do Banco dos BRICS. Em seguida, a agenda de Lula será reservada para se encontrar com empresários de gigantes da China, buscando anunciar oficialmente uma série de investimentos no Brasil.

Durante a tarde, ele visitará a gigante de tecnologia chinesa Huawei e será recebido por seu CEO. A companhia apresentará ao presidente diversas tecnologias envolvendo as áreas da saúde, segurança, telecomunicações e mais.

No mesmo dia, o presidente se reunirá em seu hotel com os presidentes das companhias chinesas CCCC, do ramo de comunicações, e BYD, a fabricante de carros elétricos que o governo quer que assuma a fábrica que a Ford fechou na Bahia.

Durante a noite, Lula concederá uma entrevista exclusiva para o canal de notícias estatal CGTN. Para finalizar o dia, ele encontrará o secretário-geral do Partido Comunista Chinês na cidade, Chen Jining.

Na sexta-feira (14), já em Pequim, Lula começará o dia recebendo mais um empresário, o CEO da State Grid que, segundo o Executivo, deve anunciar grandes investimentos no País.

Ainda pela manhã, se encontrará no Grande Palácio do Povo com o líder do congresso chinês, Zhao Leji. Depois, na Praça da Paz Celestial, depositará flores no túmulo dos Heróis do Povo (uma homenagem a figuras importantes da Revolução Chinesa).

À tarde, Lula retornará ao Palácio do Povo para uma reunião com o primeiro-ministro, Liang Qing. Finalmente, por volta das 16h45, ele encontrará o presidente Xi Jinping após uma cerimônia de recepção. O encontro com o líder chinês terá apenas uma parte inicial aberta, que servirá para registros, sendo o restante reservado entre os dois chefes de Estado. Por fim, o encontro será encerrado com um banquete.

Então, o presidente brasileiro deve dar uma entrevista coletiva na embaixada do Brasil em Pequim, antes de participar de uma recepção oferecida pelo embaixador Marcos Galvão. Ele começará a sua viagem de volta para Brasília a partir das 22h (horário de Brasília) de sexta-feira (14).

Uma política externa anti-imperialista

O cronograma de Lula, ao lado do fato de que ele remarcou a sua viagem à China logo após ter se recuperado de uma pneumonia, serve como uma declaração de que os principais parceiros de seu governo serão a China, a Rússia, os países dos BRICS e, no geral, os países da órbita dos BRICS – ou seja, os países oprimidos pelo imperialismo.

Toda a sua política externa até aqui indica um choque frontal com a política imperialista. Basta citarmos alguns exemplos: ele votou, no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), a favor da investigação do atentado contra o Nord Stream (a qual foi boicotada pelos EUA); ainda na ONU, votou para indicar que não houve utilização de armas químicas pela Síria contra o povo sírio; se recusou a assinar a resolução final da “Cúpula pela Democracia” dos EUA contra a Rússia; permitiu que navio iraniano atracasse no Brasil e mais.

Enquanto isso, sua política em relação à China é, também, muito favorável. Algo que ficou mais do que provado após a decisão de que o comércio entre o país asiático e o Brasil será feito exclusivamente em real e iuane, negando, completamente, a utilização do dólar com o seu principal parceiro comercial. Uma das decisões mais importantes já tomadas por qualquer governo brasileiro no que diz respeito ao combate à influência do imperialismo em território nacional.

Nos primeiros governos do PT, foram estabelecidas boas relações com a China, tanto em um sentido comercial, quanto diplomático. Tudo indica que essas relações se aprofundarão ainda mais durante o terceiro mandato de Lula. Tanto é que, na viagem em questão, um dos principais objetivos da conversa entre o mandante brasileiro e o presidente Xi Jinping é conseguir o seu apoio para que ambos os países e, em especial, o Brasil encabece as negociações de paz da Guerra da Ucrânia. Em outras palavras, Lula quer ser protagonista nesse processo e quer que Xi o apoie.

Todas essas medidas vão na direção de tornar o Brasil uma espécie de terceiro grande bastião da luta pela soberania dos países atrasados contra o imperialismo. Na Ásia, o posto é ocupado pela China, na Europa, pela Rússia e, na América Latina, pelo Brasil. Um quadro que ficará cada vez mais claro com os acordos que virão da viagem de Lula ao território chinês, distanciando-se cada vez mais dos EUA em direção aos países do novo “Eixo do Mal” (China, Rússia, Irã, entre outros).

Os EUA com certeza estão acompanhando a viagem de Lula à China e, de maneira geral, a evolução das relações sino-brasileiras de perto e, certamente, não gostam do que veem. Finalmente, o Brasil está se tornando cada vez mais independente do imperialismo, provocando, inclusive, uma aceleração nas tentativas do imperialismo de sabotar Lula e, no futuro, até derrubar o governo.

Na política interna, Lula deveria seguir o mesmo caminho, rumo a uma independência cada vez maior do imperialismo. Decerto que, no Brasil, ele enfrenta uma grande resistência por parte da imprensa, do Congresso, de parte de seus ministros, do exército e, de maneira geral, de toda a burguesia. Nesse sentido, para conseguir levar adiante um governo progressista também em âmbito nacional, deve mobilizar os trabalhadores, a única força política capaz de derrotar a direita golpista.

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