As manchetes que tomam os jornais desde 7 de outubro mostram o ataque do Hamas a Israel e colocam este último como vítima, atribuindo-lhe o direito de defesa. Esta “concessão imperialista” para Israel matar, já deixou mais de 14 mil mortos na Palestina, dentre os quais estão mais de 5 mil crianças. A propaganda é de uma guerra contra o suposto terror do Hamas contra civis israelenses, mas a história é bem diferente da que a cínica imprensa burguesa mostra.
Em 1967, a Guerra dos Seis Dias resultou na expansão de Israel sobre o território palestino, matando e expulsando os moradores dos assentamentos e empurrando a população à Faixa de Gaza. A principal estratégia para expulsão é a demolição de prédios e casas para impossibilitar retornos aos lares. O governo sionista as classifica como administrativas (ocupação irregular), punitivas/dissuasivas e preventivas (evitar insurreições contra as forças ocupantes). A categorização é feita por meio dos códigos e regulamentos impostos pelos militares israelenses nos territórios palestinos ocupados. Estima-se que, só em 2022, mais de 55 mil estruturas foram demolidas, deixando mais de 100 mil palestinos sem lar.
No dia 7 de fevereiro de 2023, militares israelenses iniciaram a demolição e estruturas palestinas na região de Wadi Quddum, uma área de Silwan, predominantemente palestina, que fica a leste de Jerusalém. A ação foi congelada temporariamente por intervenção de grupos humanitários que estimam o desalojamento e expulsão de mais de 11 mil famílias palestinas. Israel usa das leis que eles mesmos criaram para tratar uma ocupação como ilegal. Além disso, há denúncias da impossibilidade de obter a licença para construção, dada a burocracia imposta propositalmente para inviabilizar a criação de residências dos palestinos em sua própria terra.
Neste mesmo dia, a outra forma de matar também foi exercida por Israel. Soldados mataram um adolescente de 17 anos alegando terem sido alvejados pelo jovem.
Quem está se defendendo é a Palestina, não Israel. O Hamas representa a resistência de um povo árabe que teve sua terra invadida e roubada por décadas. Hoje estão sob chumbo e fogo. Há um mês atrás, há um ano atrás ou há décadas atrás estavam na mesma situação, só que ninguém via como vemos agora, em cores e dores, no pior massacre do início do século XXI. Vivas ao Hamas! Vivas à Palestina!