Segundo a Defensoria Pública de São Paulo, PMs ameaçaram executar crianças nas durante a campanha de terror promovida na Baixada Santista, a chamada “Operação Escudo”. O órgão diz ter colhido relatos dos moradores dos bairros operários do Guarujá, epicentro da campanha empreendida pela polícia.
O jornal burguês Folha de S. Paulo, destaca ter obtido o relatório junto à Defensoria, trazendo o relato de uma das testemunhas (que não quis se identificar), que viu crianças sendo abordadas enquanto brincavam em um campinho de futebol. Os policiais queriam que as crianças delatassem supostos traficantes da região.
“Como se recusaram a informar o solicitado, [os policiais] mandaram que se jogassem no canal caso não quisessem morrer. O canal recebe água de esgoto e mangue. Nenhuma criança se afogou porque logo em seguida foram socorridas por suas genitoras”, diz o relato publicado pelo jornal (“PMs ameaçaram matar crianças e obrigaram que elas se jogassem em esgoto em Guarujá, diz Defensoria”, Mônica Bergamo, 10/9/2023).
O relatório obtido pela colunista destaca também a prática de demolição de residências pelos PMs, que justificam o crime afirmando que “casa vazia no morro se torna ponto de tráfico e que, caso quisesse manter sua moradia, deveria estar presente”. “[A testemunha] também informou que outras casas próximas foram demolidas, porém, os moradores estão assustados e com medo de relatar” (idem), aponta o relatório da Defensoria à Justiça entregue à Folha. “Para gente que é trabalhador, é perigoso ali”, conclui uma terceira testemunha.