Após resposta enérgica do povo palestino através do Hamas contra a violência cotidiana do Estado de Israel, ressurgiu um debate antigo na esquerda. Um dos principais pontos é acerca da legitimidade do oprimido de voltar-se violentamente contra o opressor.
Contenda religiosa ou conflito por território?
O primeiro ponto básico, que a direita insiste em sustentar, e uma minoria da esquerda desorientada acompanha, seria sobre o caráter do conflito. Esse setor desconsidera que os povos palestinos estão naquela região há milhares de anos, passando por diversas dominações ou Estados, havendo migrações esporádicas.
Não há um fundo religioso no conflito, seja hoje ou no passado, a questão sempre foi territorial, e os beneficiosos que a região ocasionar a quem porventura lhe dispuser. Durante mais de 800 anos no Império Otomano, povos de diversas religiões conviveram sem problemas com essa raiz.
A criação e manutenção do Estado de Israel pelo imperialismo serve apenas para manter um enclave militar entre os territórios árabes. A manutenção dessa base ao lado de reservas petrolíferas é essencial para os interesses imperialistas.
Sempre o imperialismo
Após a dissolução do Império Otomano, foi a fez do imperialismo Britânico ocupa a Palestina. Com término da Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra impulsionou a invasão sionista como forma de manutenção do enclave imperialista, a população de judaica passou 83 790 em 1922 para 608 000 em 1946.
A Organizações das Nações Unidas (ONU) realizou bastante demagogia com a proposta de partilha, entretanto o financiamento do imperialismo e promoção da Guerra árabe-israelense de 1948, resultou na criação de dois guetos, a Faixa de Gaza e Cisjordânia.
A Faixa de Gaza com 365 km² e população de 1,7 milhões, e Cisjordânia com 5.640 km² terrestres e 220 km² aquáticos, 2.747.943 palestinos. Isso significar que toda a população sobrevivente da Palestina foi encarcerada em apenas 6% do seu território anterior. Essa é mais uma guerra por procuração do imperialismo para manter sua opressão militar.
O terrorismo é aceitável como forma de luta?
Não há como defender o terrorismo com uma forma de luta política sustentável. Sua atuação não é aglutina a classe trabalhadora em condições. Ocorre que as condições para a população palestina estão muito longe do normal, o apartheid era civilizado perto tratamento do Estado de Israel destinado aos palestinos, mais próximo do tratamento dispensado pelo III Reich aos judeus.
Não podemos condenar a reação violenta de um povo embrutecido pela selvageria de seu agressor. Ao contrário, é maravilhoso saber que existe uma fagulha de esperança para um fim próximo desse genocídio septuagenário.
Mesmo que o terrorismo não seja a forma mais eficiente de luta daquele povo, é uma forma efetiva, e, portanto, legítima. Toda forma de luta do oprimido contra o opressor é legítima, e deve ser defendida.
O algoz estala o chicote
Após a reação armada do Hamas as agressões israelenses, o mesmo intensificou sua violência. Neste âmbito não há novidades, Israel bombardeia civis, executa crianças e mantendo uma população inteira em verdadeiro terro.
Neste dia 9 de outubro, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou uma guerra ha muito iniciada, não há um Estado, mas há uma população civil. Segundo Netanyahu: “o que o Hamas irá vivenciar será difícil e terrível”.
Ocorre que não o Hamas, mas toda a população palestina já está em dificuldades vivenciando o terro israelense. Ele também colocou que fara um “cerco total”, parecer que o mesmo esqueceu a situação em que colocaram a Faixa de Gaza desde as eleições de 2006, sem comida, combustível, água, eletricidade e com centenas ou milhares de fatalidades.
Netanyahu, também afirmou que: “estamos todos com vocês (exército de Israel) e vamos derrotá-los com força, uma força enorme”. Ele parece esquecer que as armas e toda essa força não é dele, e sim do imperialismo, e a situação do imperialismo já foi melhor. Do lado adversário, diversos países tendem a aglutina com o Hamas.
Defende o Hamas é defender a Palestina
Outro ponto importante nesse debate do qual a direita se aproveita é colocar o Hamas com um grupo a parte de radicais. É esse é um importante principalmente para os setores mais conseguente da esquerda.
Para o imperialismo não há problemas enquanto o pisoteado não tiver reações, suas agressões sempre são justas e toda luta de resistência inaceitável. As agressões de Israel contra os palestinos e vizinhos é uma parte do cotidiano, sustenta apenas pelo aparato militar norte-americano.
Há sete décadas a Palestina segue sob o julgo imperialista. Antes do ataque, apenas esse ano Israel realizou bombardeios contra os palestinos, mesmo que não exista o Estado Palestino, seria estranho se não houver retalhação.
O Hamas expressa organizativamente o desejo da população Palestina de resisti a essa subjugação. Isso foi exporto nas eleições na Faixa de Gaza de 2006, após a vitória do Hamas a Israel fechou totalmente a região e a ONU não reconhecer sua participação na autoridade Palestina.
O apoio popular ao Hamas parte de seu posicionamento contra a intervenção imperialista. Colocá-lo como radical isolado é um ataque aos interesses populares que este defender, portanto, um ataque aos interesses de liberdade da população em luta.
Agora, o Hamas realizou algo histórico na luta travada contra o imperialismo. Defender o Hamas é defender o fim da ocupação imperialista e o direito de autodeterminação do povo palestino.
* Coluna publicada originalmente em 10 de outubro de 2023