proposta indecente

Decadência do imperialismo japonês

O imperialismo japonês prevê discussão de politicas econômicas baseadas em suicídio em massa de idosos.

Dr. Yusuke Narita, ideólogo japonês radicado nos EUA, propõe eutanásia voluntaria para resolver o “problema” dos idosos no Japão. 

O Japão está passando por uma crise econômica sem precedentes, a dívida do imperialismo japonês está superando 1,1 quatrilhão de ienes, ou seja, 8.47 trilhões de dólares.  Essa crise provocou uma drástica baixa de natalidade no país que, somado com o envelhecimento da população, está fazendo com que o problema vire uma bola de neve. Mesmo com investimentos estrangeiros ainda haverá o problema da falta de mão de obra. 

Além do problema da pensão que os idosos devem ou deveriam receber, há as questões de saúde, existem por exemplo muitos idosos portadores de demências morrendo sozinhos em asilos, ou idosos praticando  pequeníssimos delitos para serem presos e assim ter onde dormir e comer. É a decadência da decadência. 

Mas, para resolver esse “fardo” que o imperialismo japonês está passando, o Dr. Yusuke Narita, 37 anos, radicado nos EUA e professor assistente de economia em Yale, em suas redes sociais, entrevistas e até como orientador de seus alunos, está propondo que suicídio em massa seria uma forma de resolver essas questões. Em um programa online no final de 2021 ele disse: “Sinto que a única solução é bastante clara”; “No final, não é suicídio em massa e ‘seppuku’ em massa dos idosos?”

Para piorar, se é que é possível, “seppuku” era um ritual suicida japonês reservado à classe guerreira, principalmente Samurai. No ocidente é mais conhecido como harakiri, quando o samurai desonrado, ou com a perda de seus senhores, por exemplo, pratica o suicídio, se eviscerava com uma pequena espada (tantô) ou punhal. Portanto, se Yusuke Narita propõe como soluçãooé seppuku em massa dos idosos, está dizendo que os idosos são desonrados ou estão sem serventia. Em outra ocasião, o Dr. Narita, abordando o tema da eutanásia, pontuou que: “A possibilidade de tornar isto obrigatório no futuro vai surgir em discussão”. Aparentemente, o milenar respeito aos mais velhos está indo para o ralo no Japão. 

Em 2016 já haviam denuncias sobre maus tratos de idosos em asilos ou pelas famílias

As críticas realizadas ao Dr. Narita são de como suas colocações podem influenciar os mais jovens, que já acreditam que a culpa por sua falta de crescimento econômico é decorrência do envelhecimento da sociedade. Embora o Dr. Narita seja um desconhecido no círculo acadêmico estadunidense, suas posições fascistas o fizeram conquistar centenas de milhares de seguidores nas redes sociais japonesas. Yusuke Narita se defende afirmando que suas falas foram colocadas fora de contexto, e que sua pretensão é  “abordar um esforço crescente para empurrar os mais idosos para fora dos cargos de liderança nos negócios e na política, para dar espaço às gerações mais novas”. 

Durante um painel de discussão sobre um respeitado talk show na Internet com acadêmicos e jornalistas, Yuki Honda, sociólogo da Universidade de Tóquio, descreveu os comentários do Dr. Narita como: “ódio aos vulneráveis”.

Apesar das discussões e críticas ao Dr. Narita, certo é que essa não é a primeira vez que esse tipo de solução “econômica” é levantada, o fascismo está sempre em pauta no imperialismo japonês. 

  • Há uma década, Taro Aso, que atualmente serve como vice-primeiro-ministro e ministro das finanças  desde dezembro de 2012, e que também serviu, de 2008 a 2009 como Primeiro-ministro do Japão, sugeriu que os idosos deveriam “apressar-se e morrer”; 
  • E em 2022, o cineasta Chie Hayakawa, fez um filme distópico, Plan 75, onde a eutanásia era patrocinada pelo governo; 
  • Em 1948, o Japão aprovou uma lei eugênica, os médicos esterilizaram à força milhares de pessoas com deficiência intelectual, doenças mentais ou doenças genéticas. 
  • Em 2016, um homem que acreditava que as pessoas com deficiência deveriam ser “eutanasiadas” assassinaram 19 pessoas num lar nos arredores de Tóquio.

Na verdade, o Dr. Narita que conduz pesquisas técnicas de algoritmos informatizados usados na política de educação e cuidados de saúde, só está escancarando uma questão que já está borbulhando no imperialismo japonês, pois alguns legisladores como Shun Akita de 39 anos, membro da câmara alta do Parlamento com Nippon Ishin no Kai, um partido de direita, já se pronunciou dizendo que as ideias do Dr. Narita estão a abrir as portas para conversas políticas muito necessárias sobre a reforma das pensões e as mudanças no bem-estar social. “Há críticas de que os idosos estão a receber demasiado dinheiro para a pensão e os jovens estão a apoiar todos os idosos, mesmo aqueles que são ricos”. 

Um outro ponto levantado pelos críticos do Dr. Narita, é que ele só realça o fardo que os velhos são para a política econômica do país,e que ele não propõe políticas realistas que possam aliviar algumas das pressões. Alexis Dudden, historiador da Universidade de Connecticut, pontua que “Ele não está a focar-se em estratégias úteis, como um melhor acesso a creches ou uma inclusão mais ampla das mulheres na força de trabalho ou a inclusão mais ampla de imigrantes”. Mas não podemos concordar com essa crítica, pois na realidade o Dr. Narita propõe sim uma solução, que é o assassinato em massa dos idosos do país

O verdadeiro problema

O que essas discussões não tocam é justamente na raiz do problema. Não é o excesso de pessoas, ou o envelhecimento que provoca essas mazelas sociais, mas o próprio capitalismo. A sociedade produz mais do que o suficiente para todos terem uma vida digna, mas as riquezas ficam acumuladas nas mãos de poucos. Com o envelhecimento da população, o governo precisa investir mais em políticas sociais, assim sobra menos dinheiro para os ricaços e para o sistema financeiro.

Pessoas como esse Dr. Narita são porta-vozes do grande capital, servem para ocultar que o centro da questão é a falência do próprio capitalismo. A tentativa de jogar a culpa nas pessoas é uma mostra da falência moral de indivíduos dentro do próprio meio acadêmico.

Em vez de lutar contra a desigualdade social, e de se exigir que o Estado dê assistência para pessoas que produziram a vida toda, aparecem essas pessoas degeneradas propondo o extermínio. Isso mostra que a única saída para a humanidade é a superação do capitalismo e a construção de uma sociedade socialista. A principal tarefa da classe trabalhadora.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.