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Campanha Golpista

De onde vem a campanha pela mulher negra no STF? Do imperialismo

Encabeçada pelas ONGs financiadas pelo imperialismo, a campanha pela "mulher negra no STF" é uma campanha golpista. Lula não deve ceder à pressão. Deve indicar quem ele quiser.

Neste ano de 2023, pela terceira vez, Lula se tornou presidente. Embora sua condenação farsesca pela Lava Jato tivesse sido anulada, estava claro que a burguesia não queria Lula como presidente. Assim, desde a época da campanha eleitoral, já era notório que a burguesia (brasileira e imperialista) faria de tudo para controlar o governo.

No primeiro semestre, com a iminência da aposentadoria compulsória de Ricardo Lewandovski, ministro do Supremo Tribunal Federal, foi iniciada uma campanha para pressionar Lula a colocar uma mulher negra no STF. Com os rumores de que Lula indicaria Cristiano Zanin, a campanha foi intensificada.

Felizmente, Lula não cedeu à pressão do imperialismo e de seus lacaios. Indicou Zanin, e este se tornou ministro. O presidente queria alguém de sua confiança no Supremo. Por óbvio, a burguesia ficou revoltada. Faltou arrancar os cabelos. Desde então vêm fazendo críticas a Zanin. Quando não faz por meio de seus órgãos oficias de imprensa, o fazem através das ONGs financiadas pelo imperialismo e do setor da esquerda vinculado a essas organizações.

Agora, com a iminente aposentadoria de Rosa Weber, a campanha pela mulher negra no Supremo voltou com tudo. Houve um aumento expressivo na intensidade da campanha.

O pontapé inicial foi dado por Gregório Duvivier, em seu programa “Greg News”, no início do mês de setembro. Aproveitou recentes decisões de Cristiano Zanin para criticar o ministro. Minimizou a importância de Zanin no enfrentamento à Lava-Jato, Sergio Moro e suas arbitrariedades. Daí, partiu para a campanha aberta pela mulher negra.

No mesmo programa, conclamou todos a pressionarem Lula para indicar uma ministra negra para o STF, chegando, inclusive, a listar o nome de três candidatas. Tal lista foi elaborada pela ONG “Mulheres Negras Decidem”, conforme dito pelo próprio Duvivier. Não coincidentemente, duas delas são membros do aparato de repressão do Estado brasileiro (uma é juíza, a outra é promotora).

O apresentador também fez propaganda do lançamento de um sítio voltado exclusivamente para fazer pressão em Lula, com um link e formulário direcionado a pressionar “1 alvo” à Secretaria de Comunicação do governo.

A partir de então, a campanha vem aumentando em progressão geométrica.

Por ocasião da ida de Lula à Nova Dehli, Índia, para participar do G20, outdoors foram feitos clamando ao presidente brasileiro para que o próximo ministro indicado ao STF seja uma mulher negra.

Tais outdoors foram assinados pelo sítio “mulher negra no STF”.

Nele, também há um espaço dedicado a pressionar o governo. No entanto, mostrando o acirramento da campanha, o sítio lista também um email direcionado ao presidente Lula, além do email da Secom. Dessa vez são “2 alvos”:

Mas a campanha não parou por aí.

Enquanto a imprensa burguesa continua a todo vapor nela, as ONGs também intensificaram sua atuação. Um vídeo foi produzido pela ONG Instituto de Defesa da População Negra (IDPN). Apesar de ser um vídeo de constrangedor, tamanha a artificialidade, foi um vídeo em que muito dinheiro foi gasto. Além da qualidade técnica da imagem e do áudio, algo que só poder ser feito com equipamentos muito custosos, a produção contou com a participação da atriz global Tais Araújo.

E onde que esse vídeo estreou? Em um telão gigante na Times Square, Nova Iorque, EUA, coração do imperialismo mundial.

Este fato, por si só, já seria suficiente para demonstrar que não há nada de popular nessa campanha da mulher negra no Supremo.

Afinal, desde quando o imperialismo ianque permitiria que uma campanha que realmente fosse a favor da libertação do povo negro (a presente campanha é o oposto disto) fosse exibida no centro de uma de suas principais cidades? Nunca permitiria.

Vale lembrar o histórico de repressão do governo dos Estados Unidos contra os negros norte-americanos. Os Panteras Negras foram sistematicamente perseguidos pelo FBI, tendo vários de seus principais membros assassinados. É dos EUA a maior população carcerária do mundo, com quase dois milhões de norte-americanos. Desse total, aproximadamente 38% é de negros (em um país em que eles não são maioria da população). Nem precisamos dizer o papel dos EUA na pilhagem da África e escravização dos africanos.

Embora a veiculação do vídeo já demonstre claramente que o imperialismo está por trás da campanha da “mulher negra no STF”, é importante também expor os agentes diretos dessa campanha: as ONGs, pois em eventual golpe de estado/revolução colorida, elas serão as principais agentes dos EUA contra o Brasil.

Quais são as principais ONGs envolvidas na campanha? Bem, já mencionamos a “Mulheres Negras Decidem” (que elaborou a lista tríplice), a “Mulheres Negras no STF” (responsável pelos outdoors na Índia) e o IDPN.

Lamentavelmente, todas elas pecam na transparência. Não há informação sobre entidades parceiras em seus respectivos sítios.

Contudo, no sítio do Fundo Brasil (outra ONG) é informada uma doação de R$60.000,00 ao IDPN, no ano de 2022. Verificando o demonstrativo financeiro desse ano, fornecido no próprio sitio do Fundo Brasil, constata-se que recebeu recurso milionários da Fundação Ford (um disfarce para a CIA) e da Open Society Foundations (do imperialista destruidor de países George Soros).

Ademais disto, segundo notícia publicada em 2020 no “Observatório do Terceiro Setor”, o IDPN tem como parceiros os já conhecidos Instituto Geledés e a Conectas Direitos Humanos.

Conforme o próprio sítio da Conectas, em 2021 ela recebeu centenas de milhares de reais da Fundação Ford e milhões da Open Society.

Igualmente, o Geledés é vinculado a ambas entidades do imperialismo.

Observando o sítio “Ministra Negra no STF”, estão listados dentre os apoiadores da campanha não só o próprio IDPN, mas também o Coalizão Negra por Direitos e o Instituto Marielle Franco, mais outras duas ONGs associadas ao imperialismo.

O Instituto Marielle Franco tem como diretora Anielle Franco. Esta, por sua vez, é também consultora do Programa para a América Latina da Open Society Foundations, segundo o sítio da ONG imperialista. Funcionária de George Soros.

Por todo lugar onde se olha, há o imperialismo, seja americano ou europeu, por trás dessas ONGs que promovem a campanha da “mulher negra no STF”.

Mas prossigamos.

Foram mencionados os sítios “ministra negra no STF” e “tome um café com elas”. Ambos estão centralizados em torno do “Bonde”. E o que é isto? Segundo sua própria página. O Bonde:

“O BONDE surgiu em 2015 para impulsionar o ativismo brasileiro, resultado de anos de experimentação e aprendizados do NOSSAS em seus diferentes projetos, juntando uma série de metodologias de mobilização e tecnologias para engajar pessoas por causas democráticas.

[…]

Em um lugar só, o BONDE reuniu ferramentas para pressionar os tomadores de decisão, lotando sua caixa de email ou ligando para o seu telefone, levantar recursos, criar sites de campanhas personalizados, petições e até redes de solidariedade.”

Aí vemos a descrição de uma das táticas típicas do imperialismo para realizar golpes de Estado contra governos nacionalistas. Começam através de métodos pacíficos de pressão, a fim criar o terreno para uma campanha mais direta contra o governo. Geralmente essa tática é encabeçada pela esquerda, ou por setores da sociedade que passam a imagem de serem de esquerda ou, ao menos, democráticos e progressitas.

Tal tática é um prelúdio de uma ofensiva golpista.

Não coincidentemente, o Bonde tem como parceiro a “Transparência Internacional”, a qual, por sua vez, está ligada a quem? À Fundação Ford e à Open Society.

Assim, todas as trilhas levam à seguinte conclusão: a campanha para pressionar Lula a indicar uma mulher negra para ser ministra do Supremo Tribunal Federal está sendo encabeçada por diversas ONGs financiadas direta ou indiretamente pelo imperialismo.

Quem paga a banda, paga música.

Portanto, são os países imperialistas, principalmente o Estados Unidos, quem impulsiona a campanha. Dessa forma, não há nada de popular nela.

Já vimos esse tipo de campanha anteriormente. Foram feitas de forma extensa contra o governo de Dilma Rousseff, no período que precedeu o golpe de 2016. Dentre as que se destacaram à época, houve a campanha do “Não vai ter copa” e aquela contra a construção da usina Belo Monte. Tais campanhas contaram com propaganda e apoio por parte da rede globo, das quais participaram atores globais.

Agora, Tais Araújo, atriz global, participou do vídeo do IDPN, fazendo propaganda pela “mulher negra no Supremo”.

Mas por que tanta insistência nisto? Por que o imperialismo teria interesse em colocar um ministro no STF? E por que logo uma mulher negra?

O enfraquecimento do imperialismo nos anos recentes vem resultando no desgaste de sua ditadura mundial, de forma que não consegue mais controlar os países atrasados como conseguia antigamente.

Outrora, era suficiente cooptar os políticos do parlamento ou mesmo os chefes de Estado. Contudo, com o imperialismo enfraquecido, as contradições entre a burguesia imperialistas e a burguesia dos países oprimidos se intensifica. O imperialismo quer aprofundar sua rapina sobre os países oprimidos, para salvar os monopólios da falência. Contudo, a burguesia dos países oprimidos não quer ser totalmente sugada pelo imperialismo. O mesmo vale para a média e pequena burguesia. E, se essa contradição entre o imperialismo e as classes burguesa, ele é ainda mais acentuado com a classe operária.

E isto acaba se expressando em seus representantes políticos, sejam aqueles do parlamento, sejam os do Poder Executivo. De forma que se tornou mais difícil ao imperialismo controlar os políticos que foram eleitos. Daí ele precisa investir burocracia estatal que não foi eleita por ninguém. No caso o Poder Judiciário, cujo Supremo Tribunal Federal é o principal órgão.

Como o Judiciário não foi eleito, não tem de prestar contas à população. Assim, é mais fácil de ser controlado pelo imperialismo, algo que se acentua no STF, que tem apenas 11 juízes.

É justamente o que vem ocorrendo. O imperialismo se utiliza do Judiciário e das decisões arbitrárias de juízes e ministros para controlar o regime político brasileiro, decidindo quem é criminoso, quem será preso, qual lei é válida e, até mesmo, criando leis segundo a conveniência política.

E a importância de o imperialismo querer uma mulher negra reside no fato de que poderiam usar essas características (negra e mulher) para blindar o STF de qualquer crítica política. Afinal, segundo os identitários, criticar uma mulher é misoginia; criticar um negro é racismo. É “crime de ódio”, devendo ser punido com censura e prisão. Assim, a mulher negra no STF, se colocada pela campanha imperialista, servirá tão somente para encobrir a realidade do quão antidemocrático e arbitrário é o judiciário, em especial o Supremo.

E, de sobra, servirá para encobrir a realidade de que a população negra, no geral, come o pão que o diabo amassou todos os dias. São os mais assassinados pela polícia e os mais encarcerados. Afinal, de acordo com os idólatras da “representatividade” uma negra ser cooptada pelo regime é sinal de que a opressão sobre os negros está acabando. Mais distante da realidade impossível.

Assim, a campanha pela mulher negra no STF é uma campanha ultrarreacionária. É encabeçada pelos elementos mais pró-imperialistas da sociedade, quais sejam, as ONGs e a imprensa burguesa.

Sua finalidade é desgastar politicamente o governo Lula para criar as condições objetivas para lhe derrubar através de um golpe de Estado.

Assim, é uma campanha golpista.

Lula não deve ceder a essa pressão. Deve indicar para o STF alguém que respeite as leis e não atue de forma arbitrária, e que se recuse a se submeter aos interesses estrangeiros.

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