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Davi Kopenawa, um índio falso a serviço das ONGs imperialistas

Davi Kopenawa, vendido ao imperialismo e à imprensa burguesa como liderança ianomâmi não conhece a história e condição de vida de seu povo, mas age sob o interesse imperialista

Davi Kopenawa, suposta liderança indígena, afirmou para a Folha de S. Paulo, no último dia 27 de janeiro, que “Ianomâmis não morriam de fome” e que agora “o garimpo mata meu povo”. Ele ainda disse que a situação vivida por seu povo é “a mais grave da história”:

“Os ianomâmis nunca morreram de fome. Estou aqui, tenho 66 anos e quando era pequeno, ninguém morria de fome. Agora, o garimpo está matando o meu povo e também os parentes Munduruku e Caiapó. Quando os indígenas ficam doentes, eles não conseguem trabalhar [na roça] ou caçar.”

A colocação de Kopenawa, todavia, não é verdadeira. O que se sabe, de fato, é que existem relatórios datando desde a época da ditadura militar que falam sobre a situação de miséria e violência praticada por parte dos pistoleiros e do Estado, que oprimem os povos indígenas, inclusive os ianomâmis. 

O relatório do procurador Jader de Figueiredo destacou alguns métodos e descreveu a situação em 1967, quando a situação já vinha se degenerando desde os anos 50, com a violência sendo praticada por membros do Serviço de Proteção ao Indígena (SPI), grileiros, fazendeiros etc.

“A falta de assistência, porém, é a mais eficiente maneira de praticar o assassinato. A fome, a peste e os maus tratos, estão abatendo povos valentes e fortes. A Comissão viu cenas de fome, de miséria, de subnutrição, de peste, de parasitoses externa e interna, quadros esses de revoltar o indivíduo mais insensível”, afirma o relatório que data de 56 anos atrás, produzido durante a ditadura militar, conhecido como Relatório Figueiredo.

Muito daquilo que conhecemos hoje sobre a situação dos ianomamis já constava no relatório, que ficou perdido por mais de 40 anos. A violência, a fome, a falta de assistência e afins. O relatório é extenso, e consta com 26 volumes e cerca de 5.492 páginas e chega a afirmar que “O Serviço de Proteção ao Índio degenerou a ponto de persegui-los até ao extermínio”.

As mais inimagináveis crueldades estão narradas no relatório, desde bombardeios e envenenamentos até a inanição por indução e impedimento da exploração da terra por parte dos indígenas, grande causador da fome. O autor responsabilizado foi o Estado, mas poucos militares foram de fato punidos, e os punidos receberam penas irrisórias. Ademais, apesar das denúncias de militares e civis, apenas alguns membros do SPI foram efetivamente afastados.

Ou seja, Kopenawa demonstra não saber absolutamente nada da realidade de seu próprio povo, algo incompatível com sua alegação de que estava com os ianomâmis 60 anos atrás. De duas uma: ou mente sobre seu paradeiro, ou mente sobre a realidade dos índios. A segunda opção, todavia, é verdadeira independente da anterior e, portanto, deve ser analisada com maior consideração.

Finalmente, Kopenawa é um agente do imperialismo aos moldes de Sônia Guajajara. Ambas as figuras são utilizadas para frear a mobilização dos povos indígenas e, acima disso, atacar o patrimônio nacional e o desenvolvimento do Brasil. Guajajara foi, por exemplo, a principal expoente da campanha imperialista de que a construção da hidrelétrica de Belo Monte, responsável por trazer energia a milhões de brasileiros, foi negativa ao País.

Kopenawa faz o mesmo, mas em relação ao garimpo. O problema da fome dos ianomâmis, problema o qual ele mostra não conhecer, como ele próprio afirma, não é o garimpo, mas sim, a condição social dos índios. Em outras palavras, a fome é causada pela pobreza, pela falta de desenvolvimento econômico, pela falta da exploração da terra dos índios que, feita de maneira correta, traria riquezas valiosíssimas para a população ianomâmi. Riquezas que seriam a diferença entre a vida e a morte.

O garimpo é uma atividade econômica importante que, principalmente por meio do amparo do Estado, desenvolve a economia do Brasil e, com os devidos ajustes tecnológicos, não precisa fazer mal aos índios. Efeito que também não diz respeito à condição de pobreza das comunidades indígenas.

Nesse sentido, Kopenawa diz que os ianomâmi nunca passaram fome? Se trata do projeto político ao qual ele serve, o projeto político do imperialismo, e não um projeto político verdadeiramente do povo indígena para o povo indígena. 

Ele ainda diz que “o governo que ficou quatro anos foi contra minha terra, meu povo. Deixou isso acontecer. O garimpo não estava sozinho, ele estava junto com as autoridades”. É claro que o problema enfrentado pelos indígenas atualmente também é da responsabilidade de Bolsonaro, mas o problema transcende o acusado. 

Não pode ser ignorada a responsabilidade da burguesia, do imperialismo e da política de pobreza imposta aos índios. Apenas um programa revolucionário pode emancipar os indígenas, mas um programa mínimo para os índios deve conter a afastamento da influência das ONGs na pressão pela criação de reservas ambientais em que os índios são condenados a viver como animais em um zoológico, sem condições de explorar suas terras, desenvolver sua agricultura, tecnologia, acessar a saúde e o estudo. Quadro que resulta, invariavelmente, no que está sendo observado agora com os ianomâmis.

A ONG Hutukara, presidida por Davi Kopenawa, é financiada por diversas organizações representantes do imperialismo. Para citar algumas, temos a Fundação Rainforest Noruega, a Fundação Rainforest Estados Unidos, a Embaixada da Finlândia, o ISA (Instituto Socioambiental) e outros.

Dentre as organizações que financiam Kopenawa, temos diversas organizações parceiras da Fundação Ford, Open Society, União Européia e afins. Fundações que articulam seus interesses através da pressão política exercida na imprensa burguesa e na própria sociedade por meio de figuras cooptadas e formadas por tais organizações, sempre alinhadas ao interesse imperialista, mas com objetivos farsescos supostamente positivos.

Muitas são organizações ligadas aos países da Escandinávia, gigantes da mineração que tem em seu interesse manter as riquezas nacionais dentro da terra, aguardando a possibilidade para que suas mineradoras venham retirar para si minérios brasileiros. É por isso que todas essas ONGs e movimentos ambientalistas promovem a política das reservas ambientais, e é por isso os índios são impedidos de se desenvolver e trabalhar em suas terras, assim, se emancipando.  

Em suma, se Kopenawa fosse mesmo uma liderança indígena, defenderia um programa de reais transformações para o povo ianomâmi, e conheceria, ao menos, a história de seu povo.

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