Durante seu discurso na 15ª Cúpula dos BRICS, em Joanesburgo, África do Sul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu uma reaproximação do Brasil com países africanos. O Brasil “nunca deveria ter se afastado”, afirmou. Ele denunciou como o fluxo comercial entre o Brasil e a África corresponde a apenas 3,5% do comércio exterior brasileiro.
“É inaceitável que, em 2022, o comércio do Brasil com a África tenha diminuído em um terço com relação a 2013, quando era de quase 30 bilhões de dólares […]. Em meus dois primeiros mandatos, o continente africano foi uma prioridade. Fiz 12 viagens à Africa e estive em 21 países. O Brasil está de volta ao continente de que nunca deveria ter se afastado. A África reúne vastas oportunidades e um enorme potencial de crescimento”, disse Lula.
Além disso, o presidente voltou a criticar o que ele chama de “neocolonialismo verde”, referindo-se à imposição dos países imperialistas sobre as economias dos países atrasados com a justificativa de preservação, algo que atrapalha o desenvolvimento dos mais pobres. “Não podemos aceitar um neocolonialismo verde que impõe barreiras comerciais e medidas discriminatórias, sob o pretexto de proteger o meio ambiente”, afirmou.
Nesse sentido, Lula voltou a defender que os países ricos paguem os países pobres por serviços ambientais, ressaltando que o Brasil e os países africanos compartilham a responsabilidade de “cuidar de florestas tropicais e preservar a biodiversidade”.