Resignação

CST não decidiu se a CUT serve ou não para unificar trabalhadores

Sob o argumento de que a CUT tornara-se governista com a ascensão do PT ao governo federal, grupos como o CST chamaram os trabalhadores a romper com a Central, um erro crasso

A tendência Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST), recentemente saída do PSOL, publicou um editorial, intitulado “Unificar as lutas parciais num único movimento da classe trabalhadora e juventude” (14/8/2023) e publicado no sítio oficial da organização, com o intuito de “exigir da CUT [grifo nosso], CTB, MTST, UNE, UBES e Coalização Negra uma jornada nacional”. Uma demanda curiosa vindo de uma organização cujo sectarismo levou ao rompimento com a única central sindical verdadeira do País, mas que revela o grave erro de avaliação dos esquerdistas que fizeram o mesmo à época de fundação da Conlutas e da Intersindical, dizendo que era “preciso romper com a CUT”.

Sob o argumento de que a CUT tornara-se governista com a ascensão do PT ao governo federal, grupos como a CST chamaram os trabalhadores a romper com a Central, declarando-a incapaz de unificar a classe trabalhadora brasileira. Caso contínuo, uma nova central fora formada para realizar a tarefa, cujo sucesso se mede pela colocação supracitada do editorial da tendência ex-PSOL. Esta, entretanto, não foi a primeira vez que os esquerdistas outrora declararam a CUT imprestável, pediram a ela para fazer tarefas que demandam a máxima união dos operários, como uma greve geral.

À época das mobilizações contra o Teto de Gastos e a Reforma da Previdência do governo golpista de Michel Temer, a palavra da moda era “greve geral”. A política da tendência, então psolista, no entanto, não era a de chamar os sindicatos sob sua base para fazê-lo, mas dizer ao presidente da CUT que era “preciso transformar essas palavras [articulação da greve geral] em ação” (“Porque a CST [Corrente Socialista dos Trabalhadores] – PSOL não vai aos atos deste domingo, dia 31/07”, Tarciano, Gama Livre, 30/7/2016) . A mesma, por sinal, de todos os demais esquerdistas.

Dado que a CST permanece fora da Central, a política que norteia os pequeno-burgueses pouco ou nada alteraram desde o rompimento. Seja movidos pelo sectarismo, seja pelo oportunismo, o dano que o divisionismo provoca é imenso, já que a quebra de unidade representada pelas centrais artificiais criadas faz com que as novas (estas sim) sejam imprestáveis e ao mesmo tempo, reduz a força da verdadeira central operária do País.

Surgida da luta da classe trabalhadora contra a Ditadura Militar, a CUT é um fenômeno sem igual no movimento operário brasileiro, sendo uma das maiores organizações de trabalhadores do mundo. De longe, a maior do Brasil.

Não é uma entidade que se possa criar artificialmente, mas apenas sob as condições de luta radicalizada em que a Central foi criada. Mesmo a central pelega criada para barrar a CUT, a Força Sindical, não conseguiu adquirir a proporção da Central Única, o que deve ser considerado à luz das vastas somas de dinheiro investidos na Força, utilizados para toda sorte de corrupção dos trabalhadores, inclusive atos de Primeiro de Maio com sorteios de carros e apartamentos.

A resignação da CST, ainda que fraseada por um vocabulário ultra-esquerdista – o que também só impressiona pessoas muito inexperientes – é a comprovação de que as organizações de esquerda realmente interessadas em influir no movimento operário, devem estar na CUT. Se o refluxo dos trabalhadores produziu a ascensão de uma camada dirigente conservadora ou mesmo pelega, torna-se necessário fazer o embate interno e lutar por uma mudança nos rumos. A política de abandonar a Central por discordar dos dirigentes só reflete o sectarismo dos divisionistas.

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