América do Sul

Crise no Peru se intensifica após imposição da ditadura golpista

Povo peruano unido em prol do presidente Castillo começa a derrotar o golpe da burguesia

Após a destituição do presidente Pedro Castillo, em dezembro de 2022, o Peru vive violentos conflitos nas ruas. Contrários ao golpe contra Castillo, os manifestantes se enfrentam quase diariamente com as forças de segurança do governo golpista. Já são mais de 50 mortos e centenas de feridos, com perspectiva de aumentar, pois esta mobilização popular já é considerada uma das maiores do país andino.

Eleito democraticamente em 2021, Castillo, ao perceber que o poder legislativo estava tramando um golpe contra ele e uma moção de vaga, anuncia que realizaria uma nova eleição e um estado de exceção, o que fora considerado ilegal, golpe de Estado e um motivo para a burguesia golpista destituí-lo, prendê-lo e tentar controlar o país diante da rebelião e conspiração.

Em seguida ao golpe, a vice-presidenta de Castillo, Dina Boluarte, é empossada e justamente considerada traidora pelos apoiadores do presidente. Daí em diante os manifestantes pediram a renúncia de Boluarte, a libertação de Castillo, novas eleições e intensificam os ataques, como atear fogo numa delegacia e em viatura policial.

As manifestações dos peruanos explodiram no sul do país, onde a maioria da população, pobre e originária do campo, apoia Castillo, um ex-professor com origem nessa região, que não tem muita representatividade no Parlamento e por isso a destituição de Castillo fora considerada um duro golpe para a população.

Com bastante instabilidade nos últimos anos, visto que o país teve seis presidentes nos últimos seis anos, colabora para essa convulsão social a polaridade política que reina no país. Essa polarização se intensificou mais ainda em 2021 quando a candidata derrotada da direita no peito daquele ano, Keiko Funnimori, tentou impugnar votos, sobretudo os votos da região sul.

Professor, sindicalista, com origem pobre, Pedro Castillo tem uma forte identificação com o povo peruano, que sofre com a pobreza do país provocada pelos parasitas da burguesia aliada ao imperialismo. Quase 80% da população peruana vive na informalidade e a pobreza cresceu 26%, segundo matéria publicada em 23 de janeiro no portal Uol, que é ligado ao jornal Folha de S. Paulo, que vem manipulando a crise em favor da burguesia(ver matéria no Diário Causa Operária intitulada “Como a Folha de S. Paulo está manipulando a crise no Peru”).

Diante do aumento da convulsão social e ausência de diálogo, a golpista Dina Boluarte chamou os manifestantes de radicais e de forma baixa os acusou de ligação com narcotráfico, contrabando e mineração ilegal, todas acusações falsas, sem prova alguma, aumentando ainda mais a revolta popular.

Com mais repressão da ditadura do governo, aumentam a resistência e os ataques à população. Diante da forte resistência popular, a presidente golpista já pensa em antecipar as eleições presidências para este ano através de um projeto de lei.

Os confrontos no Peru já deixaram um saldo de 56 mortos, fechamento da entrada da cidade inca de Machu Picchu, principal região turística do país e mais de 15 estradas de províncias estão bloqueadas, o que acaba atingindo o abastecimento do país e intensifica sua crise social e política.

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