Uma criança Guarani-Caiouá morreu de desnutrição em Dourados, Mato Grosso do Sul. A morte do bebê indígena foi confirmada pelo Conselho Tutelar do município e pelo próprio MPF. Segundo o procurador do MPF em Dourados, Marcos Delfino, o bebê morreu e apenas foi investigado na quarta-feira (3):
Essa tragédia humanitária, que ocorreu justamente no local com um dos maiores números de conflitos por terras do País, não é um raio em céu azul, como aponta o procurador do Ministério Público Federal (MPF). É um descaso do Estado burguês para a real situação dos indígenas, diferente da selva fantasiosa que existe apenas na cabeça dos identitários.
Estes índios, oprimidos, vivem de uma forma extremamente precária, pior que a vida da população que vive nas periferias. A grande imprensa não está fazendo uma campanha intensa como fez no caso dos Ianomâmis, pois não interessa, não tem nenhuma Amazônia, ou seja, não tem importância.
“Assim que recebemos a notícia, enviamos uma equipe a campo para checar a situação. O cenário é insalubre e completamente degradante. O nosso medo era que o cenário de desnutrição estivesse sendo repetido, entretanto, não encontramos outras crianças em situação de calamidade”. E continuou: “A área onde a criança morreu é majoritariamente composta por migrantes que vieram trabalhar em uma fábrica próxima ao acampamento. A área é grande e chei de barracos. Vimos que o caso da criança morta por suspeita de desnutrição é isolado, mas isso não descarta a situação insalubre encontrada entre as 200 famílias no local”
De acordo com a página do Instagram Atyguasu, a morte desta criança é apenas a ponta do iceberg, pois o estado do Mato Grosso do Sul bateu recorde em desnutrições dos indígenas Guarani-Caiouá em 2005. Essa situação gravíssima precisa ser denunciada amplamente pela esquerda, que deve se pensar em resoluções concretas para o problema do índio.