A situação na região de Essequibo, disputada há mais de um século entre Venezuela e Guiana, atingiu novos patamares com o anúncio dos Estados Unidos sobre exercícios militares na Guiana, despertando a atenção do governo venezuelano e aumentando as tensões na região.
O presidente Nicolás Maduro classificou os exercícios anunciados pelos EUA como uma “infeliz provocação” em favor da ExxonMobil na Guiana. Em um post na rede social X (antigo Twitter), o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, afirmou que a ação dos Estados Unidos é um passo na direção errada, reforçando o compromisso venezuelano com a recuperação de Essequibo.
A embaixada norte-americana em Georgetown, capital guianesa, anunciou que o Comando Militar Sul dos EUA conduzirá “operações aéreas” no país sul-americano. Apesar de os EUA alegarem que os exercícios são operações de rotina para melhorar a parceria de segurança entre os países, a Venezuela vê isso como uma provocação direta.
Além disso, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ligou para o presidente da Guiana, Irfaan Ali, para reafirmar o apoio dos Estados Unidos à soberania guianense. Esse gesto, em meio à disputa territorial, demonstra o envolvimento direto dos EUA na questão e o interesse do imperialismo em impedir a Venezuela retome o controle da região.
O presidente Maduro anunciou medidas para a criação de uma província venezuelana em Essequibo após um referendo no qual a população venezuelana aprovou a anexação do território. Essa ação foi contestada pelo presidente pró-imperialista da Guiana, Irfaan Ali, que a considera uma “ameaça iminente à integridade territorial” e intensificou as medidas de precaução.
A decisão do governo venezuelano de realizar o referendo, com a aprovação da população, busca reverter o Laudo de Paris de 1899 e questionar o Acordo de Genebra de 1966. Essa disputa territorial, rica em recursos como petróleo e minerais, tornou-se um ponto de conflito não apenas entre Venezuela e Guiana, mas agora envolve diretamente os Estados Unidos.
A ação dos EUA ao conduzir exercícios militares na Guiana em meio a essa disputa intensifica as tensões na região. Essa movimentação militar, somada às recentes ações da Venezuela, eleva o patamar da crise, criando uma situação que pode facilmente desencadear em um conflito direto entre a Venezuela e os EUA.