Ásia

Coreia do Sul, Japão e a ofensiva dos EUA contra a China

Enquanto se organizam para enfrentar a China, a instabilidade aumenta na região, demonstrando que esta não será uma tarefa simples para o imperialismo.

Com o desenvolvimento da crise mundial do imperialismo, os confrontos regionais vêm escalando rapidamente. Após Europa, Oriente-Médio e África terem abertos novos flancos de batalha, a crise também se amplia em regiões como a Ásia.

À medida que o imperialismo se sente acuado, o controle sobre o nordeste da Ásia torna-se um campo de batalha cada vez mais importante. Os Estados Unidos vêm tentando cercar de bases militares a China e agora traçam uma importante aliança com o imperialismo japonês e a Coreia do Sul para visar pressionar o gigante asiático e preparar para uma eventual escalada da crise.

No entanto, refletindo a crise do imperialismo norte-americano, a insatisfação nestes países é igualmente crescente. Segundo reportagem do MintCast, que entrevistou Tim Shorrock, escritor e comentarista sobre assuntos asiáticos que viveu parte de sua vida no Japão, é cada vez maior a vontade da população local japonesa e sul-coreana de se livrar do controle dos Estados Unidos.

Conforme aponta a reportagem, “os EUA ocuparam a nação insular desde o final da Segunda Guerra Mundial, com mais de 54.000 soldados estacionados em 120 bases militares. Washington também interferiu fortemente na política japonesa, financiando e apoiando o Partido Liberal Democrático (PLD), que permaneceu no poder quase ininterrupto desde a década de 1950. Por sua vez, o PLD permite que os militares dos EUA façam o que quiserem no Japão”.

Shorrock destacou:

“Eles são o governo mais leal, subserviente e pró-americano do mundo, o PLD. Eles farão qualquer coisa para satisfazer a necessidade dos EUA de bases militares e hegemonia na área. É patético ver o que está acontecendo em Okinawa. Os PLD são os que estão construindo a nova base marinha dos EUA, onde houve todos estes protestos.”

“É difícil chamar um país de soberano quando outro país tem controle sobre o seu espaço aéreo,” acrescentou à reportagem.

Da mesma forma, na Coreia do Sul, apresentada como forma de propaganda contra a Coreia do Norte como uma sociedade “moderna”, a realidade se mostra bem diferente. “Durante grande parte de sua história, o Sul foi governado por uma ditadura militar brutal que massacrou seus oponentes progressistas, inaugurando um clima de medo em todo o país” pontua a reportagem.

Um dos dados que mostram essa ditadura até os dias atuais é a Lei de Segurança Nacional, que permite ao governo processar qualquer oponente político de esquerda, sob a suposição que eles estariam em aliança com a Coreia do Norte.

De forma ainda mais profunda que o Japão, a Coréia do Sul foi ocupada pelos Estados Unidos, que mantêm dezenas de milhares de soldados até hoje.

Como Shorrock disse ao apresentador do MintCast, Alan MacLeod:

“Os EUA sempre foram contra a unificação [Coréia]. Eles queriam que a parte sul da Coréia fizesse parte de seu império e se vinculasse ao Japão. É isso que essa aliança trilateral tem a ver com manter as forças americanas lá, basicamente para sempre.”

Pontos chamam a atenção nesta entrevista. Os dados levantados por Shorrock, somados aos recentes protestos no Japão e Coreia do Sul contra bases norte-americanas, demonstram um aumento da crise da ditadura imperialista mundial.

No caso coreano, esta crise se dá em um país totalmente oprimido e divido pelo imperialismo, sobretudo o norte-americano e japonês. Por outro lado, a crise no Japão, um dos principais países imperialistas do mundo, que, no entanto, atua como uma extensão dos Estados Unidos, revela a indisposição da população local com os anos de controle dos Estados Unidos e também a crise do controle imperialista.

Enquanto se organizam para enfrentar a China, a instabilidade aumenta na região, demonstrando que esta não será uma tarefa simples para o imperialismo.

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