A União Europeia está propondo uma Lei “contra a desinformação” na internet que na verdade se tornará um meio de controle e censura nas plataformas digitais. É preciso estar atento e denunciar o que se passa na União Europeia porque o mesmo pode se passar no Brasil.
A imprensa tradicional tem perdido cada vez mais espaço diante da população de todo o mundo, o que faz com que a burguesia tema a perda de controle sobre o que é dito e a informação que chega aos ouvidos do povo. Esse é um cenário extremamente perigoso para os capitalistas, já que o controle da informação é também uma forma de controlar o pensamento geral.
Nesse meio tempo, as redes sociais ganham força não só como meio de interação social, mas como forma de produção e divulgação de informações sobre todo e qualquer tipo de assunto, dentre eles a política. Na internet, não é apenas o editorial da mídia burguesa que vigora, mas o que cada um que produz a informação tem a publicar.
Diante disso, os capitalistas necessitam de medidas para que passem a ter o controle do que é dito na internet. Ou seja, um caso claro de censura dos tempos modernos, em que órgãos com extremo poder de controle têm a função de censurar tudo o que é publicado nas redes sociais.
Esse órgão, independente de qual seja, terá que ter um poder muito maior que os dos tempos da ditadura, por exemplo, quando era mais fácil controlar os meios de comunicação porque a coisa era mais lenta e centralizada. Ou seja, era mais difícil a circulação de informação. Atualmente, na internet a informação é quase imediata ao fato, mais difusa e com inúmeros entes de comunicação.
A União Europeia planeja algo nesse sentido. É projetada uma lei para proteger as redes da “desinformação”. Essa é a falsa bandeira que eles carregam para convencer a opinião pública de que a mordaça é necessária nas redes.
Na verdade, o que eles estão percebendo é que a opinião pública cada vez menos precisa da imprensa burguesa para ser formada. Um exemplo claro é a Guerra da Ucrânia. Mesmo diante de uma enxurrada de propaganda anti-Rússia e pró-imperialismo, a opinião mundial já começa a perceber que o imperialismo usa a Ucrânia como bucha de canhão numa guerra por procuração contra a Rússia.
O imperialismo não pode permitir que esse tipo de coisa aconteça. Por isso, tem de criar mecanismos que favoreçam uma perseguição contra opiniões dissonantes.
Outro exemplo claro dessa perseguição promovida pelo imperialismo é o caso do músico Roger Waters, ex-membro da banda Pink Floyd. O músico expõe abertamente suas opiniões contra o Estado de Israel e contra o imperialismo. Nas últimas semanas, a Alemanha começou uma perseguição contra o cantor acusado de antissemitismo, numa clara calúnia e perseguição contra aquele que se opõe à política imperialista.
No Brasil, podemos viver um cenário parecido. A mídia tradicional já não consegue controlar o pensamento coletivo. O PL das Fake News tem o mesmo conceito da Lei europeia. Pretende defender a população das mentiras divulgadas nas redes sociais. É um lobo em pele de cordeiro. Assim como na época da ditadura, que dizia proteger a população da ameaça comunista.
Acontece que ninguém mente mais que a imprensa capitalista. A maior propagadora de notícias falsas (fake news) do Brasil atende pelo nome de Rede Globo de comunicação. A Globo foi porta-voz da ditadura militar, foi porta-voz das mentiras do Mensalão e foi porta-voz da Lava-Jato. Não só ela, como Folha de São Paulo, Estadão, Veja etc.
Dessa forma, fica claro que o que está em jogo é o controle da informação por parte dos capitalistas. E, diante disso, eles iniciam uma ofensiva contra os direitos democráticos da população.