A Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) realizou, na última semana do dia 14 a 22 de janeiro, o 46º Acampamento de Férias, evento que contou também com a realização da Universidade de Férias, oferecendo o curso “uma crítica marxista do identitarismo, woke, decolonialismo e cancelamento”, ministrado por Rui Costa Pimenta.
A AJR é um tradicional coletivo do Partido da Causa Operária (PCO), tendo sido fundada enquanto o Partido ainda era uma tendência do Partido dos Trabalhadores (PT), a Causa Operária. A Causa Operária decidiu desenvolver um coletivo de juventude por entender que é necessário um espaço de desenvolvimento político com determinada autonomia das instâncias partidárias tradicionais, mesmo que ainda siga o seu programa, um programa verdadeiramente revolucionário. Então, a AJR, promovendo uma aliança entre jovens, estudantes e trabalhadores, logo se desenvolveu e se expandiu, conquistando um importante papel nas trincheiras da luta política nacional e na organização do Partido.
Diversos jovens entram em contato com a AJR e ingressam em suas fileiras através do papel ativo e militante dos jovens que compõe a Aliança da Juventude Revolucionária, em suas campanhas de agitação e propaganda e organização sistemática de comitês de luta estudantis em diversas instituições de ensino. A AJR promove debate, formações e principalmente a organização prática da juventude em seus comitês, linha de ação fundamental para organizar a juventude trabalhadora, que é o setor mais combativo do movimento operário e por vezes ajuda a romper a paralisia dos movimentos operários no geral.
O programa e atuação da AJR chama muita atenção da juventude, que sempre busca se organizar politicamente através da AJR por esses motivos e também pelo fato de que você não precisa estar filiado ao PCO para se somar a luta que essa juventude desempenha, se torna visível para a grande maioria da sociedade que é o coletivo jovem mais combativo, disciplinado e militante. Outro elemento que chama a atenção é o programa da Aliança da Juventude Revolucionária, e sua ampla democracia centralizada em torno do programa que faz uma análise correta da realidade à luz do marxismo.
Afim de exemplificar, se faz importante destacar alguns trechos do programa da Aliança da Juventude Revolucionária:
“A juventude não é uma classe social, e, como tal, não está em condições de definir o destino da sociedade por si só. As lutas de massa da juventude ganharam maior expressão por meio dos movimentos estudantis, os quais em geral se expressam pela juventude pequeno-burguesa mais instruída e com melhores condições imediatas para a atividade política. Isso, no entanto, não esgota o problema. O setor mais importante da juventude para a luta revolucionária é a juventude operária, porque são a fração potencialmente mais ativa, mais combativa e mais revolucionária da classe mais revolucionária que a humanidade já conheceu.”
Quem somos e por que lutamos: documentos programáticos fundamentais do Partido da Causa Operária.
Outro importante trecho é o que diz o programa sobre a luta pelo acesso à universidade:
“Neste sentido, a Aliança Revolucionária da Juventude (AJR) luta, em primeiro lugar, pelo livre ingresso na universidade para que esta possa ser realmente a expressão das forças criadoras da nação oprimida, e não de uma minoria burguesa e pequeno-burguesa parasitária, inculta e socialmente raquítica. Em segundo lugar, a AJR deposita todas as esperanças no objetivo de colocar toda a universidade a serviço da luta da classe operária contra o imperialismo mundial”.
Quem somos e por que lutamos: documentos programáticos fundamentais do Partido da Causa Operária
O coletivo também se posiciona firmemente contra o uso de drogas, ainda que defenda a irrestrita liberação do uso e comércio de todas as drogas, por entender que a repressão Estatal jamais irá de fato reduzir o tráfico ou o uso das drogas, e só faz aumentar a violência contra o povo pobre trabalhador, em especial a juventude. Outro elemento importante a ser citado é como a juventude, destituída de seu direito ao acesso a cultura e outras riquezas da humanidade, caí na desmoralização e no uso de drogas. A resposta para isso é a luta política contra o capitalismo e pela plena vida da juventude, como faz a AJR.
Seguindo na linha sobre a repressão Estatal, a AJR também se posiciona a favor do fim imediato de toda a polícia, tendo em vista que a polícia atravanca a luta política das massas e da juventude, desempenhando um papel chave em esmagar e assassinar a juventude operária e, de maneira geral, todos os trabalhadores.
A AJR tem como seu principal órgão sua revista mensal, através da qual desenvolve e difunde suas análises e sua política. A revista mensal da AJR é a Juventude Revolucionária. Os temas tratados são os mais diversos, e toda sua estruturação, redação, edição e diagramação são feitos pela própria juventude, sem perder a qualidade ou ficar atrás de outros coletivos partidários. São organizadas vendas da revista em ambientes de estudo e trabalho com concentração jovem.
Por falar em ambientes de estudo, a atuação da AJR no meio estudantil é uma atuação revolucionária, que sabe que a luta política dos jovens e estudantes não deve se bastar na disputa por grêmios, diretórios acadêmicos e afins. A AJR usa a plataforma institucional das escolas e universidades para divulgar o seu programa, por reconhecer as baixas chances de conquistas postos institucionais através de um sistema fraudulento.
A AJR divulga seu programa e organiza comitês de luta estudantis verdadeiramente democráticos, enfrentando a burocracia reacionária do movimento estudantil e mantendo a juventude em permanente mobilização e luta.
A Aliança da Juventude Revolucionária não se basta por atuar apenas em meios estudantis, e faz um esforço para conduzir a juventude combativa a puxar os movimentos operários para greves e demais mobilizações.
Foi essa a juventude que organizou neste mesmo mês o Acampamento de Férias, seu evento mais tradicional. O evento foi realizado no Sítio Pé do Pico, no Pico do Jaraguá, e contou com diversas atividades e passeios que o leitor pode conferir em outras matérias do DCO sobre o assunto.
A principal atividade foi a Universidade de Férias, com suas aulas ministradas pelo companheiro Rui Costa Pimenta, que realizou o curso “uma crítica marxista do identitarismo, woke, decolonialismo e cancelamento”.Um curso qualitativo e importante ferramenta para a juventude, tendo em vista que é a juventude o setor mais exposto a ideologia imperialista conhecida como cultura woke.