Os comitês de luta organizaram conferências estaduais em diversas regiões do país para mobilizar os ativistas e militantes de esquerda para a III Conferência Nacional, em São Paulo.
No Rio de Janeiro, a Conferência Estadual discutiu os principais problemas nacionais, como a exploração do petróleo, a reforma do Ensino Médio e a redução da taxa SELIC. Além disso, também foi apresentado um relato das atividades dos comitês de luta por parte de militantes do PT, simpatizantes do PCO e demais companheiros. Foi relembrada a história do comitê de mobilização popular Centro-Zona Sul e do comitê da Praça Araribóia, que são exemplos de luta.
O companheiro Luan Monteiro, que dirigiu a atividade, destacou o esforço da vanguarda da esquerda, que agrupou os setores mais avançados do PT e de outros partidos para traçar um plano de luta – com o objetivo de, em última instância, convocar um Congresso do Povo. Para o camarada, toda a esquerda deveria participar desse esforço de mobilização – de Nova Iguaçu, de Niterói e de toda a esquerda carioca e nacional.
Durante as falas, os companheiros discorreram sobre a defesa de Cuba – vítima de um embargo criminoso por parte dos Estados Unidos –, sobre a crise que se abateu contra Temer e Bolsonaro, em grande medida graças aos comitês, e sobre a importância da mobilização vinda das bases, capaz de fazer a situação política avançar.
O companheiro Eduardo Lopes, em uma das falas mais importantes, destacou que a política do ambientalismo é uma política de estagnação, baseada em um moralismo reacionário voltado a impedir o desenvolvimento nacional. Não interessa a qual método de geração de energia o governo recorra, sempre haverá algo que será criticado pelos ambientalistas liberais. “A gente não pode usar mais nossos recursos para desenvolver o país, isso é uma aberração”, disse o camarada.
Além disso, o companheiro expôs a necessidade de combater o golpismo dentro da esquerda contra Lula. Além disso, levantou a necessidade de desenvolver a imprensa dos comitês e a importância de uma conferência nacional, pois é a atividade nacional que permite a mobilização dos municípios e a campanha concentrada em defesa de uma reivindicação.
Entre os camaradas que participaram, estava presente Célio, que representou o Comitê de Solidariedade à Palestina no evento. “O amor não dá. Ele é muito bonito, mas na hora de mobilizar, quem vai?”, disse o companheiro em uma entusiástica fala, em que relatou ter conhecido o PCO nas ruas, na mobilização de verdade, na época em que toda pequeno-burguesia dizia que se deveria ficar em casa.
Além dos companheiros que fizeram discursos na Conferência, o DCO coletou depoimentos dos participantes. Um camarada que ressaltou a importância deste evento foi Vinícius Rodrigues, militante do Partido da Causa Operária e estudante da UNIRIO.
“A esquerda está há muito tempo sem fazer este tipo de encontro. Então, os militantes e ativistas acabam que só conseguem se reunir nas manifestações, mas de maneira parcial, é aquela loucura. Todo mundo tem coisa para resolver, cada um em um canto, então nem dá para se ver direito – e já tem poucos atos organizados pela esquerda. Aí, nessa Conferência, todo mundo pôde se encontrar, conversar, matar a saudade. Isso é importante, porque cria um clima de mobilização, à esquerda, torna-se, de fato, uma preparação para a Conferência Nacional. É isso que precisa impulsionar”, declarou Vinicius Rodrigues ao DCO.
Finalmente, tratou-se de um evento de primeira ordem, capaz de, verdadeiramente, criar um clima de mobilização para a Conferência Nacional – além de discutir os principais assuntos do desenvolvimento da luta de classes brasileira. Portanto, além do clima político e da discussão de elevado nível, essencial no interior da esquerda, o evento contou com uma confraternização, com venda de almoço e com a transmissão da Análise Política da Semana – apresentada pelo companheiro Rui Costa Pimenta. Tratou-se, por fim, de um evento completo, essencial para o desenvolvimento da esquerda e para uma boa realização da Conferência Nacional dos Comitês de Luta.