O último período demonstrou que o rumo que boa parte da esquerda brasileira segue, principalmente a identitária, é de total capitulação diante do imperialismo. Essa orientação política se expressa desde os boicotes aos atos públicos, até a condenação dos grupos que combatem o sionismo em Gaza e agressividade contra os grupos aqui que defendem o direito de autodefesa dos palestinos.
A falência política do sionismo
Em todo o mundo, os atos em defesa dos combatentes palestinos se intensificam. Milhares de pessoas tomam as ruas das capitais e principais cidades do mundo condenando a política sionista do Estado de Israel.
Mesmo com toda atuação da máquina de propaganda israelense, apoiada em toda a imprensa imperialista, essa política está falida, perdendo a aprovação pública. Para contornar essa situação, a imprensa imperialista tentar colocar a condenação do sionismo como antissemitismo.
Além da unidade da grande imprensa na campanha sionista, os governos imperialistas tentaram impedir as manifestações públicas, mas foram superados pela mobilização popular. Mesmo onde era ilegal se manifesta em defesa da Palestina, a classe trabalhadora foi as ruas, inclusive realizando greves e paralisações políticas, em defesa da Palestina, com uma crescente no tamanho e radicalização das manifestações.
Os atos no Brasil
O Brasil tem uma particularidade, a exceção de São Paulo e um pouco menor no Rio de Janeiro, os movimentos não têm desenvolvimento, ou o tem bastantemente tímida. Em muitos locais houve uma demora ao inicia, onde houveram o crescimento em tamanho e radicalização política das manifestações, é mínimo.
É um fato que uma parte expressiva das forças políticas da esquerda não mobilizam para as manifestações. Muitas dessas forças não tem atuação que não seja eleitoral ou burocrática, bom isso não estranha tal situação.
Mas objetivamente, a exceção dos locais onde o Partido da Causa Operária (PCO) tem maior peso organizativo, ou seja, onde o PCO consegue mobilizar expressivamente, não há desenvolvimento dos atos. Isso é exatamente o que vem ocorrendo em São Paulo, onde nos últimos, praticamente metade da manifestação era um bloco organizado pelo PCO.
Capitulação diante do sionismo
É perceptível a correlação direta entre a existência e força do PCO no local, e o desenvolvimento das manifestações. Esse fenômeno denuncia a situação política atual, onde uma parte expressiva da esquerda está capitulando diante do sionismo perante a pressão imperialista.
Nesse setor da esquerda, três posições chamam atenção por se oporem ou não contribuírem com o desenvolvimento das manifestações. Essa parte da esquerda não participar como partidos dos atos, ou quando o faz apenas para autossabotagem.
A primeira é a paralisação perante a pressão do imperialismo através da direita no Congresso. Essa parece ser a posição do principal partido em tamanho da esquerda, o Partido dos Trabalhadores (PT). A situação do PT é de visível paralisia perante a situação, não aparecendo como partido, apenas como tendencias nas manifestações.
A segunda posição mais aparente tem como exemplo o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), de omissão formal e apoio tácito ao sionismo. Até a presente data, com mais de dezenas de palestinos mortos, não houve uma posição oficial do PSOL em defesa dos palestinos, ou condenando o genocídio de israelense.
A posição do PSOL demonstra acabadamente a consequências do financiamento imperialista de instituições. Por ser um dos grupos mais ligados as ONGs, e outras instituições financiadas pelo imperialismo, o mesmo não se oponham as posições políticas deste.
A terceira posição mais difundida entre os pequenos grupos na esquerda pequeno burguesa, tem como melhor representante o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU). Embora se coloque como defenso dos palestinos, a posição do PSTU favorece apenas o imperialismo.
Sua posição de condenação do Hamas e demais combatentes palestinos, parte de uma concepção equivocada sobre o conflito. Essas posições esquizofrênicas, não são novidades no PSTU e seus satélites políticos, eles se colocaram favoráveis ao Golpe de 2016, e condenaram a autodefesa da Rússia na Guerra da Ucrânia.
Evitar a Luta
Algo setores desses setores é a tentativa de caluniar e calar o PCO. Essa não é uma posição em razão das divergências políticas com o PCO, mas contra a iniciativa do PCO de estimular que os atos expressem a tendência revolucionária da situação política.
Quando esses grupos fazem coro com a direita caluniando o PCO, o Hamas e demais combatentes palestinos, estão evitando a luta contra o imperialismo. A situação atual, após Afeganistão, Ucrânia, e principalmente com as dificuldades do Estado sionista de Israel é uma crise histórica do imperialismo.
O que esses grupos acabam fazendo por medo do confronto direto com o poderio imperialista, ou até mesmo da simples reação de finda o financiamento, é realizar o trabalho sujo de defesa do imperialismo pelo flanco esquerdo.
Evolução de uma política
Algo certo é que a política de fechamento dos regimes, apoiada anteriormente pela esquerda contra lambaris da estrema-direita, evolui a passos lagos. A mesma esquerda pequeno burguesa, sem direcionamento político, que apoiou o “limite na liberdade expressão” agora ver a palavra de ordem “do rio ao mar” proibida nas redes sociais.
Essa palavra de ordem foi proibida, porque mesmo truncadamente colocar a questão do fim do Estado de Israel. Aqui o imperialismo fecha o flanco direito, a esquerda pequeno-burguesa policia que se colocar abertamente a questão do Estado de Israel, o flanco esquerdo, e o imperialismo através dos seus Estados burgueses reprime até as posições mais amenas.
O identitarismo segue essa evolução a risca, dar parte deles não há defesa do povo palestino, apenas dos interesses pessoais. A ministra dos povos originários é uma boa expressão dessa política, pela questão da terra, indígenas são assassinados, palestinos são assassinados e a mesma apenas faz demagogia sobre o internacionalismo de seu ministério.
E a Paraíba?
Aqui na Paraíba, se não somos a pior expressão da capitulação da esquerda, também estamos muito longe de sermos a melhor expressão de luta. Nossas manifestações iniciaram tardiamente após muito esforço dos militantes do PCO.
Embora contem com certa adesão da esquerda, a mesma acaba sendo pró-forma. É visível o desejo de alguns militantes de atuarem, assim como a confusão gerada pelas direções.
Não podemos citar a ausência da radicalização, em razão de mal haver movimento. O último ato no apogeu tinha próximo de 200 pessoas, e apenas o PCO defendeu abertamente o Hamas e demais combatentes.
A esquerda se diz favorável a luta, mas condenar os combatentes e aqueles que se colocam ao seu lado.