Em 28 de julho de 2023, a Polícia Militar do Estado de São Paulo desencadeou mais uma ação violenta, desta vez direcionada aos moradores da Vila Baiana, no município de Guarujá.
Trata-se da chacina do Guarujá, executada por meio da denominada “Operação Escudo”, supostamente iniciada como uma vingança pela morte de um policial da ROTA (batalhão de operações especiais da PM-SP) no dia anterior (27), próximo ao túnel da Vila Zilda.
O terror se abateu sobre a Vila Baiana com a chegada da ROTA, que mobilizou aproximadamente vinte viaturas e centenas de policiais. O resultado foi uma série de assassinatos e a sistemática agressão e tortura dos moradores.
Os registros contabilizam cerca de 30 assassinatos cometidos pela polícia, ao mesmo tempo em que são inúmeros os casos de tortura e agressão. Tudo isso ocorreu sob a justificativa formal de encontrar um suposto “sniper” responsável pela morte do policial da ROTA.
Conforme denúncias dos moradores, divulgadas em redes sociais e áudios que circularam pelo WhatsApp, a polícia chegou a anunciar a sua intenção de matar 60 pessoas.
Numerosas acusações de tortura foram apresentadas pelos residentes, tanto nas plataformas de mídia social quanto à ouvidoria da PM-SP. Entre os quase 30 mortos, há relatos de corpos queimados e vários com múltiplos ferimentos a bala, indicando, inclusive, que os tiros foram dados a queima-roupa.
Enquanto isso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), celebrou a chacina, elogiando a ação policial como “profissional” e negando quaisquer excessos. Desconsiderando as denúncias de tortura como “narrativas”, afirmou que isso é apenas uma versão inventada, defendendo as práticas fascistas das forças policiais.
Este foi o primeiro Natal das famílias das vítimas da chacina do Guarujá sem seus filhos, cônjuges, amigos e vizinhos. A ação truculenta da polícia paulista causou danos irrecuperáveis aos moradores da região, ao mesmo tempo em que nenhum soldado fascista foi punido pelas dezenas de assassinatos na Baixada Santista.





