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Após 2ª Guerra

Como Israel transformou nazistas em agentes do Mossad

Muitas vezes entendidos como antíteses, os documentos históricos apontam como nazistas foram absorvidos pelo Estado sionista israelense.

Novos estudos trouxeram à tona uma relação pouco falada: a colaboração entre o Estado de Israel e membros do 3º Reich.

O novo livro do professor Orbach, que atualmente leciona história militar na Universidade Hebraica em Israel, é baseado em uma extensa pesquisa de arquivos, que incluiu o estudo de documentos da inteligência alemã, da CIA e do Mossad. Seus temas são nazistas que ocuparam vários cargos na Alemanha de Hitler e procuraram novas ocupações depois de 1945. “Os resíduos da história”, ele os chama. “Era realmente impossível ser um nazista no sentido antigo depois de 1945. Eles eram substancialmente diferentes dos nazistas em todos os aspectos possíveis. Não moralmente, mas em sua visão de mundo, em nível político e estratégico, e também ideologicamente, porque o mundo era diferente e por causa da terrível derrota. Depois de uma derrota como essa, não é possível preservar sua ideologia por completo”.

Diversas possibilidades surgiram para os “novos nazistas”. Alguns permaneceram seguindo uma linha antissemita e antiliberal, mas abandonaram a luta contra o comunismo. Dessa forma, eles puderam servir à União Soviética. Outros, que se mantiveram em uma linha nitidamente anticomunista, mas não mais defendiam abertamente o antissemitismo ou um ponto de vista antiliberal, trabalharam para os Estados Unidos. Outro grupo optou por lutar contra o povo judeu, neste caso contra Israel, mas adotou uma nova ideologia de luta ostensiva contra o colonialismo, que envolvia um novo entendimento dos países do chamdo “3º mundo”.

Alguns desses alemães fugitivos são descritos como aventureiros gananciosos, outros como vigaristas profissionais. Essa flexibilidade ideológica explica a presença de mercenários nazistas em todos os cantos da arena global nas décadas de 1950 e 60. Alguns deles fantasiavam sobre um futuro brilhante de revoluções “de inspiração nazista” no 3º mundo, de ataques terroristas espetaculares contra alvos judeus e coisas do gênero.

Importante notar que não apenas a CIA, por exemplo, acreditava que era essencial utilizar os antigos capangas de Hitler para triunfar sobre a União Soviética, os serviços de inteligência do Estado judeu também não hesitaram em empregar ex-nazistas. Um dos casos mais complexos nesse sentido é o de Walter Rauff, um criminoso de guerra alemão com muito sangue nas mãos. 

Rauff desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento das instalações de assassinato móveis dos nazistas, os “furgões de gás” que tiraram a vida de centenas de milhares de judeus. Rauff também foi um dos encarregados de estabelecer uma unidade cujo objetivo era aniquilar os judeus da Palestina e expandir o Holocausto para o Levante em geral – um plano que acabou ficando apenas no papel.

Posteriormente, foi enviado para a Tunísia, Grécia e Itália e, em todos os países, perseguiu judeus e membros da resistência. Após a guerra, Rauff escapou de qualquer julgamento ou punição. Ele também se juntou ao grupo de nazistas que encontrou refúgio na Síria, tornando-se assessor militar do líder sírio Husni Za’im, posição essa em que se dedicou a treinar os serviços de inteligência sírios “nos moldes da Gestapo”. Entre outras coisas, ele projetou dispositivos de tortura para interrogar e aterrorizar os judeus sírios”, escreve Orbach.

Em 1949, após uma mudança de governo na Síria, Rauff foi expulso do país e se mudou para a América do Sul. No caminho, na Itália, ele encontrou novos e surpreendentes mestres: os israelenses. Amargurado com os sírios por tê-lo expulsado, Rauff concordou em vender informações a Israel. Seu encarregado era Shalhevet Freier, um funcionário do Ministério das Relações Exteriores que foi um dos fundadores do projeto nuclear de Israel. Na época, Rauff estava em Roma para coletar informações sobre os países árabes. Rauff forneceu aos israelenses informações detalhadas sobre a situação na Síria e também concordou em se tornar um agente israelense no Egito, mas depois decidiu se mudar para o Equador. Ele permaneceu em contato com Freier até 1951.

Rauff não foi o único criminoso de guerra empregado por Israel. Entre os documentos que aguardavam a leitura de Orbach no envelope do Mossad, ele também encontrou o arquivo de recrutamento e emprego de Otto Skorzeny, ex-oficial da Waffen-SS que também trabalhou com o Mossad. “Havia mais cortes do que linhas [visíveis]”, observa Orbach, referindo-se à censura que continua a negar aos pesquisadores acesso total a esses documentos históricos. Ainda assim, acrescenta, ele conseguiu descobrir “muito mais” sobre Skorzeny em outros documentos que o Mossad lhe enviou.

Ahituv e Skorzeny se encontraram em um hotel de Madri. O israelense imediatamente trouxe à tona o elefante na sala e falou sobre o Holocausto. Skorzeny afirmou que não havia participado da aniquilação dos judeus. Mais tarde, ele surpreendeu Ahituv ao dizer que gostava de Israel, que descreveu como um país pequeno e ousado, cujo povo até “se destaca no trabalho físico”. Israel, acrescentou, é a solução para o antissemitismo, e todos os judeus deveriam imigrar para lá. Depois disso, os dois ficaram absorvidos em uma discussão sobre a “questão judaica” e só então chegaram ao assunto que era o motivo de seu encontro: O recrutamento de Skorzeny por Israel para interromper a atividade dos cientistas de foguetes alemães no Egito.

O número de nazistas que colaboraram com Israel cresce a cada pesquisa realizada nos arquivos do MOSSAD, importa notar como não só as pessoas, mas a técnica nazista foi absorvida pelo Estado Israelense, que promove o genocídio diário do povo palestino.

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