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Gabriel Araújo

Dirigente Nacional do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Editor da Tribuna do Movimento e do Boletim do Movimento. Militante do Partido dos Trabalhadores e colunista do Voz Operária-Rio de Janeiro.

Luta política

Comitês de Luta e a emancipação política

Durante os últimos sete anos as lutas de classes no Brasil se deram de maneira mais aberta do que em outros períodos

Durante os últimos sete anos as lutas de classes no Brasil se deram de maneira mais aberta do que em outros períodos. As características das classes sociais em disputa política ficaram mais evidentes, com seus representantes tendo de assumir de maneira mais clara quais interesses defendem e à quais classes sociais essas demandas interessam.

Toda essa situação foi marcada pela intensificação do processo de polarização política, que por conseguinte é derivado do avanço do processo de polarização econômica e das constantes crises do capitalismo.

Nesse sentido, de maneira mais nítida, uma sucessão de exemplos comprovaram a incapacidade do Estado Nacional, ou seja, do Estado da Burguesia, de atender os interesses da classe trabalhadora e adotar medidas concretas para enfrentar esse processo de crise, porque afinal, se o Estado é uma ferramenta dominada pela burguesia, o mesmo não poderia adotar medidas que fossem danosas para essa própria burguesia.

Não existe possibilidade de resolver os problemas nacionais sem atacar frontalmente os privilégios do sistema financeiro. Mais de 60% do orçamento do Estado é saqueado pelo sistema financeiro. Além desse sistema financeiro, com sua fluidez e penetração em outros setores da economia (indústria, agronegócio, etc.), acumular riquezas com a exploração direta dos trabalhadores, o mesmo também atua como um parasita dentro do Estado, absorvendo quase todo o conjunto do que é obtido, com arrecadação e empresas estatais.

É nesse contexto de agravamento dessa situação e acirramento das lutas políticas, que os Comitês Populares de Luta surgem, como tentativa de se constituir ferramentas da classe trabalhadora que expressem e lutem por seus interesses.

Num primeiro momento, os comitês emergem no processo de luta contra o golpe de Estado e tiveram grande importância para organizar a luta de denúncia, convencimento e aglomeração daqueles que queriam enfrentar a ofensiva da burguesia nacional e do imperialismo.

Posteriormente, com mais respaldo do campo majoritário da esquerda, a campanha de ampliação dos comitês no ano passado, na batalha eleitoral que travamos contra o bolsonarismo e o imperialismo, esses espaços de diálogo foram fundamentais para que que pudéssemos sair vitoriosos.

Agora, na situação em que nos encontramos com um parlamento e um judiciário completamente reacionários, e com as forças armadas sedenta para dar um golpe de Estado, a expressão dos interesses dos trabalhadores e relacionadas as liberdades democráticas não conseguem encontrar vazão nesses lugares. Nesse sentido, a história coloca outros desafios para os comitês, que giram entorno justamente de se consolidar enquanto ferramenta do poder popular, que expressem os interesses dos explorados.

Essa situação nas referidas instituições do Estado comprovam uma característica dos países de capitalismo atrasado no estágio imperialista do capitalismo, que é o fato da impossibilidade de atingir graus mais elevados de emancipação política justamente porque as burguesias nacionais não possuem força política diante do imperialismo e autonomia para levar esse processo até o fim. Cabendo, portanto, às camadas populares essa tarefa histórica de fazer avançar a luta pela emancipação política, porque é através dessa luta, entrando em choque com os interesses do imperialismo e da burguesia nacional, que se abre espaço para avançar na luta pelo socialismo. E sendo assim, os comitês populares de luta podem cumprir um papel extremamente importante para agrupar organizações, lideranças e militantes, em um espaço democrático e popular, de deliberação e luta política, para estabelecer um poder político que realize essa demanda social que se encontra travada.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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