Neste último domingo, 28 de maio de 2023, ocorreram eleições locais na Espanha, a fim de serem eleitos os conselheiros e conselhos municipais e os delegados e delegações provinciais.
O resultado configurou uma dura derrota para o partido do Primeiro Ministro Espanhol, Pedro Sanchez. O PSOE (Partido Socialista Obreiro Espanhol). foi ultrapassado pelo direitista Partido Popular (PP), que se aliou com o Vox, sigla de extrema direita. A aliança entre a direita foi realizada justamente a fim de derrotar o PSOE.
O partido do Primeiro Ministro conseguiu eleger 20.784 conselheiros para as municipalidades, em comparação a 22.353 nas eleições anteriores de 2017, uma queda de 1,3 pontos percentuais. Por sua vez, tanto o PP quando o VOX viram um crescimento de suas legendas. O Partido Popular elegeu 23.412 conselheiros, sendo que nas eleições anteriores havia eleito 20.382, um crescimento de 8,8 pontos percentuais. Já o VOX foi responsável pela eleição de 1.695 conselheiros, em comparação com 547 da vez anterior, um aumento de 3,5 pontos percentuais.
Em decorrência desse resultado, a direita (em aliança com a extrema-direita) assumiu o controle de quase todas as principais regiões do país, incluindo a Comunidade de Madri, além do governo de sete das dez maiores cidades.
Diante dessa vitória, em especial do crescimento da extrema-direita, o primeiro ministro decidiu dissolver o parlamento nacional e adiantar as eleições gerais para o dia 23 de julho. Elas estavam previstas para ocorrer originalmente no final do ano.
Contudo, na avaliação de Pedro Sanchez aguardar até o final do ano apenas contribuiria para um maior crescimento e solidificação da direita e da extrema-direita, e da aliança entre ambas. Assim, quanto mais o tempo passa, maiores as chances de elas ganharem maioria no parlamento nacional e, por conseguinte, o cargo de Primeiro Ministro.
O premiê espanhol dissolveu o parlamento, comunicando sua decisão ao rei da Espanha, Felipe VI, convocando eleições gerais antecipadas para o dia 23 de julho, manobrando para conter o avanço dos direitistas e se manter como primeiro ministro.