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Petro não é nosso!

Colômbia: “exemplo” de uma esquerda pró-imperialista

Com tantos exemplos de luta contra o imperialismo no planeta o Esquerda Diário cita exatamente o esquerdista mais querido pelos EUA na América Latina, depois do falido Boric

A campanha golpista da esquerda contra o presidente Lula continua. Na política interna ela se manifesta na campanha contra “Lula/Alckmin” ou contra o arcabouço fiscal, na política externa se faz uma campanha contra os aliados do governo, na última semana o alvo foi Maduro. Mas, para se manter a fachada esquerdista, é preciso ter alguma referência internacional, e dado que Boric está em uma falência total o novo exemplo é o presidente da Colombia Gustavo Petro. Esse foi o tema do artigo do Esquerda Online “Colômbia: o exemplo de que outra governabilidade é possível”. 

O texto começa abordando a sabotagem do Congresso Nacional ao governo Lula: “O governo Lula acaba de tomar mais uma rasteira da Câmara de Deputados chefiada por Lira e o Centrão. Dessa vez foi a aprovação do famigerado Marco Temporal para a demarcação das terras indígenas, uma medida que visa dificultar ao máximo o estabelecimento de uma verdadeira justiça histórica em relação aos povos originários do país” e depois o autor afirma:“Existe um outro caminho, que passa pela construção de uma outra governabilidade, baseada na adoção de medidas de alto impacto social e no chamado à mobilização popular para apoiar as ações do governo. É isso que, apesar das contradições, está fazendo o presidente colombiano Gustavo Petro.”

O primeiro ponto crucial aqui é a escolha de Petro como exemplo de sucesso. Isso porque ao lado da Colômbia existe um exemplo de país de adoção de medidas de alto impacto social e mobilização popular que apoia as ações do governo é a realidade da Venezuela, há mais de duas décadas. Mas já que Maduro é atacado pela imprensa burguesa não é fácil defender o regime bolivariano. Na realidade Maduro é um exemplo perfeito para Lula, participa do mesmo bloco de líderes nacionalistas de partidos de esquerda latino-americanos. E em seu caso ele conseguiu, ao contrário do PT, resistir a todas as investidas golpistas do imperialismo, que na Venezuela são ainda mais violentas que no Brasil. 

O texto então apresenta o seu segundo grande erro, uma suposta semelhança entre Lula e Petro: “O ex-guerrilheiro do M-19 e ex-prefeito de Bogotá Gustavo Petro e a ativista antirracista Francia Márquez foram eleitos presidente e vice-presidente da Colômbia em 19 de junho de 2022, em meio a uma enorme onda de esperança. Assim como aconteceu com Lula, Petro e Francia também chegaram ao poder através de uma ampla coalizão de partidos e forças que iam da esquerda ao centro do espectro político.” A frente ampla de Lula não tem nenhuma responsabilidade por sua vitória eleitoral. Essa foi fruto de uma enorme luta organizada da classe operária brasileira contra o regime golpista que se iniciou em 2016.

Na Colômbia o processo é totalmente diferente. Lá não há nenhuma figura como Lula e nenhum partido como o PT. As manifestações totalmente desorganizadas impuseram uma derrota a direita mas não havia uma organização de fato popular para assumir o poder. Petro foi um esquerdista muito semelhante a Boric que cresceu na eleição após a mobilização. Lula pelo contrário é o principal dirigente do movimento operário brasileiro de longe. Lula pode ser comparado com Maduro ou com Evo Morales mas de forma alguma com Petro.

O Esquerda Diário então demonstra sua total incompreensão do que é o governo Petro: “Mas diferente de Lula, Petro apostou, desde o início do mandato, na expansão de sua base social por meio do cumprimento das promessas de campanha e do enfrentamento com os sabotadores do governo. É o que lhe permitiu atingir nada menos do que 62% de apoio popular aos 100 dias de governo, enquanto a direita segue atordoada e com dificuldades de se reorganizar.” Primeiro é preciso destacar que Lula está tentando cumprir as suas promessas de governo e justamente por isso está sendo sabotado. Segundo que se não há sabotagem ao governo Petro isso demonstra que existe uma aliança da direita e do próprio imperialismo com o seu governo.

Aqui fica clara a semelhança de Petro com Boric. Ambos compõe a mesma ala da esquerda pró imperialista latino americana. Todos os demais governos de esquerda estão sob intenso ataque da direita. Na Bolívia a extrema-direita golpista é financiada pelos EUA, na Venezuela há o bloqueio econômico e as tentativas de golpe, na Argentina a suprema corte e a lava jato querem impedir Kirchner de voltar ao governo e no Brasil a direita se unificou toda contra Lula. Petro por sua vez não passa por isso, o que só pode significar que na realidade o seu governo está alinhado com o imperialismo. A diferença com o Chile parece ser que a crise na Colômbia parece ser mais intensa o que se manifesta em uma estabilidade dessa esquerda para impedir uma radicalização, inclusive das guerrilhas. 

O artigo então cita um caso de embate direto de Petro com o Congresso e os ministros da direita: “A resposta de Petro ao boicote de suas medidas e à recusa de três partidos do governo de votaram a favor da Reforma da Saúde foi a destituição de sete ministros e a ruptura, na prática, do governo de coalizão. Durante o ato em comemoração ao Primeiro de Maio, do alto da tribuna do Palácio Presidencial, Petro afirmou: “A tentativa de restringir as reformas pode levar à revolução”, o que, claro, causou calafrios na elite colombiana.” Se o presidente colombiano de fato está se chocando abertamente com a burguesia e o imperialismo a tendência é que a situação do país e torne muito semelhante a Venezuela, país vizinho e muito semelhante a Colômbia. Mas até agora isso não aprece ser a realidade. 

Ao que tudo indica a política internacional do Esquerda Diário possui o mesmo caráter que a nacional, é totalmente pró imperialista. Poderia citar líderes combativos latino americanos ou até de outros continentes como Putin ou Xi Jinping mas invés disso elogia justamente o único dos dois presidentes da esquerda latino americana que não se choca com o imperialismo. Aqui só duas opções são possíveis, o ED recaiu na covardia para não sofrer a pressão da direita que ataca o nacionalismo real ou o ED abandonou não trava de fato uma luta contra o imperialismo e faz parte do bloco pró-imperialista que assola o movimento operário latinoamericano. 

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