O pedido do Comitê Representativo de Entidades Judaicas no Chile para impedir os shows de Rogers Waters no Chile por supostamente ter um histórico de incitar o antissemitismo foi negado pela justiça chilena, que entendeu (acertadamente) que nenhuma das informações apresentadas para censurar Waters constituíam alguma violação das garantias constitucionais do país.
Rogers faz ativismo contra o imperialismo assassino israelense na Palestina, o que gera revolta nos apoiadores do sionismo que usam como tática acusar seus opositores de “ódio aos judeus” para tentar desmoralizá-los e facilitar suas ações para calá-los (seja por meio de censura estatal ou acabando com seus meios de renda). Em um manifesto assassinado por vários artistas chilenos contra a tentativa de censura feita pelos sionistas do país, isto foi denunciado, afirmando que o objetivo era “censurar previamente as críticas ao assassinato de crianças, aos bombardeamentos de campos de refugiados, a hospitais, ao assassinato de funcionários da ONU, entre outros crimes cometidos pelo governo liderado pelo ultradireitista Benjamin Netanyahu e comparando a ação com o que era feito durante a ditadura de Pinochet”.
O sionismo, sendo um movimento imperialista, age globalmente, fazendo lobby em muitos países da América Latina. Waters, que está fazendo uma turnê pela região, acabou passando por perseguição em outros países além do Chile. Quando foi se apresentar no Brasil, na metade do ano, organizações de judeus sionistas entraram com o mesmo pedido de impedimento de seus shows juntamente com uma ameaça velada de prisão feita pelo ministro direitista Flávio Dino por supostamente fazer apologia ao nazismo, com argumentação desonesta que ele faria tal através da utilização de um uniforme nazista em uma parte de seus shows. Tal acusação é extremamente desonesta devido ao fato que Rogers usa de bastante teatralidade em suas apresentações e usa tal uniforme em um contexto de crítica e sátira onde o personagem sobre o qual é cantado passa por um crise na sua vida, se isolando e desenvolvendo problemas mentais, tornando-se um “ditador fascista” em sua própria mente. No início deste mês, quando foi se apresentar na Argentina e no Uruguai, sofreu a perseguição sionista que, após acusá-lo de antissemitismo, usou de seu poder social e econômico para cooptar os hotéis destes países a não aceitarem a estadia de Roger, que foi obrigado a ficar no Brasil e fazer viagens apenas para o momento da realização dos seus shows nestes países.
Ainda este ano, porém fora da atual turnê, Waters também sofreu tentativas de impedimento da realização de um show na Alemanha sob acusações de antissemitismo, acabando sendo inclusive investigado. Todas essas acusações se baseiam apenas ou em uma distorção desonesta de uma apresentação teatral e metafórica em um espetáculo ou, que é também o que motiva o primeiro tipo de acusação, o seu posicionamento antissionista ativo e sua defesa do povo palestino, que acaba gerando ainda mais alarde do imperialismo quando isto soma-se ao seu pensamento anti-imperialista geral, como quando se declarou favorável a Rússia na guerra contra a Ucrânia.
